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Um presente compartilhado

É um limiar bastante estreito este mundo com o mundo de quem vos fala neste instante através destas palavras frouxas. Às vezes, tenho a vontade de escrever o que sinto... às vezes tenho vontade de escrever o que penso... mas nunca eu consigo alcançar um bom resultado, pois o que penso e o que sinto são tão superiores que não consigo exprimi-los em palavras, muito menos em gestos. Eu sei qual é a coisa mais bela, a flor mais cheirosa, a música mais harmoniosa, o desenho mais perfeito... sei como acabar com todos os problemas do mundo, sei como acabar com a fome e com a pobreza... só não sei como passar isto tudo da minha mente para o real. E neste dia, acho que devo abrir as portas do meu castelo de cristal para o menino que faz parte de mim, mas de mim do mundo de cá (ou de lá, depende de onde você queira ver). É muito fácil se indignar...sofrer e chorar com a corrosão do mundo, contudo, pra que serve a tristeza, indignação, revolta, raiva, se não aprendemos dela um modo de olhar o azu

Um Adeus...

Quero parar por um momento e ser forte com eles... Quero parar este momento e fingir que amanhã o verei outra vez... Quero parar este momento e sentir de novo o cheiro dos incensos do seu quarto Ouvir seus discos... Ouvir suas histórias... Ver a Bethânia... Contar-te minha primeira vez e receber um sorriso de volta com o apoio... Queria ver-te no próximo mês... Queria comemorar mais uma de suas tantas vitórias... Queria abraçar-te e pedir desculpas pelas vezes que, por banalidades, me zanguei contigo... Falam-me de luta, de fé, de esperança... mas neste momento o que tenho não passa de um obscuro acanto de tristeza, desenhado em traços magros, mas puros de energia... Falam-me de força, de harmonia... mas o mundo nunca mais será o mesmo pois um dos bons se foi... Meu Deus! Ainda não entendo a vida, muito menos a morte... se tudo é um ciclo, não sei porque tem que doer tanto dizer adeus... Adeus moço... reclino-me à dor deste adeus, mas lhe tenho em meu coração. Não entendo! Indigno-me,

Um

Sou um. Uma única folha em branco quando nasci, pronto para descarregar os traços dos sonhos. Nasci sozinho e por mais que eu tenha vínculos tão fortes com algumas pessoas, iguais ao cordão umbilical que unia-me à minha mãe. Sou um único ser, sou sozinho e sou responsável por mim mesmo desde o momento que o verbo se tornou matéria. Sou um. Morrerei sozinho e enfrentarei o além sozinho. Posto que irei para o mesmo lugar que estive antes de nascer. Não me julgaram, ninguém me julgará. Pois não há julgamento maior e mais punitivo que a minha própria consciência de mim mesmo. Sou um. Meus atos hoje, por mais influenciados por fatores mil, sou o único responsável pelas minhas escolhas e tenho o direito, ou melhor, o dever de exprimir a minha raiva por sentir-me culpado por sentir-me uma fraqueza que queima meu coração. Entender o que preciso? Meu Deus, nunca me senti tão sozinho nesta vida! E, pior do que sentir-me assim é sentir raiva por assim ser! Ao mesmo tempo, percebo que algumas cois

O lamento de Borrões

Posso até ser um dia aquilo que sempre diz não ser, pois hoje vejo e enxergo quase tudo, mas enxergo aquilo que não quis ver. Sou canto, sou graça, sou voz e sou poesia! Sou boniquinho de luxo, e de todos um dia serei o encanto dos minutos. Eu danço para lá e para cá... Trago para perto o que quero, mas não consigo afastar o que quero. Eu danço para lá e para cá... Danço como ele, danço como ela. Danço com ele, danço com ela. Dando com eles e com elas... Apenas danço, pois no final da festa não mais dançarei, todos estarão cansados! Todos eles estarão cansados! Menos eu! Pois sou canto, sou graça, sou voz e sou poesia! Eu sou eu e eu sou de ninguém! Outro dia, me encantaram com a beleza que antes não conhecia... Disseram-me que tudo o que eu queria estaria por trás daquela quimera. Posto que a inocência toca as entranhas deste varão que voz fala, a lábia daquele que me dissera o que eu quis ouvir soou como a armadilha do perfume de medula, mas era na carne d’uma raposa que se materiali

Para a Primavera Que Um Dia Virá

Chuva chova e molhe o mundo, deixe-me dizer quem eu sou Chuva chova e traga as coisas que um dia se perdeu Chuva chova e viva no calcário duro dessas terras Onde um dia morreram inocentes, Onde um dia mentiras foram ditas, Onde um dia o amor não existiu. Eu sou de ninguém.... Eu sou de ninguém... Chuva mata a sede de quem tem gana de vida Chuva mata o sal e traga a colheita de cores Chuva mata o mal e molhe as flores do mundo Cante a alegria e as horas do amanhecer Cante a diáspora e traga o mel das abelhas Cante os cantos dos arcanjos e voe sem parar Eu sou de ninguém... Eu sou de ninguém... Chuva brote do chão e se transforme em fogo Chuva brote tudo menos mais violência Chuva brote tudo,seja no céu ou na terra Brinque pois a criança ainda vive Brinque pois o mundo esta a amanhecer Brinque pois o que nos restará amanhã? Eu sou de ninguém... Eu sou de ninguém.... Eu sou.... Eu sou... Eu...

O Entender

Ele só queria entender porque tanta contradição dentro dele mesmo. Ele queria entender porque tem coisas que para ele é de um modo e para os outros tem que ser de outro. Ele queria só entender porque em sua pele o mundo é mais assim e na pele do outro ele se torna o oposto daquilo que é. Ou pensa que é. Ilude-se.

Um Pintor de Mundo

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Nunca encontrei em tão pouco tempo tantos personagens como estes últimos dias. Tenho um pouco de medo das corredeiras desta vida, este medo nasce no momento em que me fica evidente que até os mais eruditos podem se tornar bitolados. Ao mesmo tempo me nasce a coragem de tentar ser um pintor de mundos. Tive vontade ontem, ao ver fotografias desse lugar chamado mundo, de correr por ele e olhar nos olhos das pessoas e à algumas delas oferecer o meu abraço afetivo, posto que nada além disso poderia oferecer para que substancialmente mudasse a vida delas, mas talvez o que precisamos sejam de sorrisos e abraços sinceros... seja encontrar no acinzentado mundo as cores e as sonâncias perdidas das cores para reavivá-las. Quando eu olho as cores e percebo tanta luz, tanta força, tanta brutalidade no ato de tentar viver que me espanto com a força de algumas almas, almas estas envasadas em mulheres, homens, crianças e animais... vasos que suportam as misérias e ainda olham nos olhos com o sorriso d

Ele

Ao banhar-se, ele sentia os dedos correr pelo corpo e pensava no que poderia acontecer naquele dia. Era uma manhã fria e o que ele tinha era apenas ele e seus pensamentos. A água quente tocava cada parte dos proibidos cantos daquele varonil vaso e o que ele sentia era felicidade tocá-lo. Seria um dia conturbado... Seria um dia cheio de tarefas e, muitas delas, bastante complexas... mas, naquele momento o que importava era ele e seus pensamentos. Um devaneio de sensações buscava a sanidade perdida a tempo. Era a conquista de um sorriso, era uma carta que chegava, era o cheiro do café que vinha da cozinha que faziam dele um ser vivo. Ele deslizava as mãos pelos cabelos, seu corpo nu era resplandecente de luz, ele não procurava respostas naquele momento, ele apenas lembrava de seu amor e de sua vida ao seu lado. Ele era grande e havia naquele instante resolvido todos os problemas do mundo. Ele tocou o sol e sentiu apenas o calor de um abraço. Ele chegou a lua e lá jantou à luz de velas. E

As lamentações fora de temporada

Está tudo bem! Ouço e digo o tempo todo: está tudo bem! Há alguns dias eu disse que partiria para algum lugar. Confesso que esta viagem está sendo muito mais do que eu podia imaginar. Nesses momentos e voltas e reviravoltas e contratempos, passei do inverno ao verão, das tempestades à praiana, num piscar de minutos. Tudo isso sem ao menos pisar na rua. Apenas sento em frente a um livro, ou deixo minha mente conduzir minha alma, esperando um pouco de paz interior. Sei lá... essa semana vai ser no mínimo uma experiência diferente. Para ser franco, não vejo a hora que chegue sexta-feira, apesar de que eu queria que nunca chegasse a sexta-feira. Viajei tanto que me sinto numa espécie de centrifuga. No sentido em que, se amanhã o dia acordar meio chateado não exitaria em correr para bem longe, contudo o próprio momento já me diz no que isso vai dar... Foram quatro anos longe, foram quatro anos em que aprendi sair do ser perfeito e permiti respirar o amor e a vida, mas agora, cá estou... e q

Sou eou Somos

Estou ligado aos ventos. Eles me falam, mas quem são eles? São eles um eu através de vários outros de mim mesmo? Eles sussurram em meus ouvidos um canto inteligível,de tal melodia tão doce, nunca ouvi eu qualquer outro lugar, sua sonoridade é cor, é paz de espírito e coração cheio de esperança. Não os temo, não os vejo, não os falo. Eu os sinto... Estou ligado aos dias e às horas... sinta os segundos tornarem-se os minutos e passarem na tua cara... e você parado... plácido... exacerbadamente calmo e tranqüilo... Sou caminho de mim mesmo. Sou um pouco de pasmo, um marasmo de desatenção. Sou o chão que me tiram, sou a água e a sede. Sou uma luz, que apagam. Sou, sou, sou... Sou tantos sou’s que me perco. Não sei o que pensar, o que querer e me acho um chato nessa repetição frenética de mim mesmo que busca uma auto verdade e uma definição fajuta de meia dúzia de palavras. Sou tanto e tudo que no girar dos segundos, que se tornam horas, me torno um nada. Sou cores, sou o branco... sou o ne

Apenas um desabafo

Há cinco anos eu, num misto de inocência e teimosia, fiz uma escolha que marcou para sempre a minha vida. Acredito que as horas só se tornam dias e meses, e por fim, anos porque fazemos escolhas e fazemos algo (que não sei denominar ao certo) se movimentar. O que sei é que o que vejo nem sempre me agrada, talvez por isso “escolhi também” estar sempre perto da beleza intrínseca das folhas caídas de outono e dos papéis velho, mas acredito nas pessoas. Minha escolha não se aflorou no instante em que foi concebida. Ela era uma espécie de poção mágica que tem que ser feita minuciosamente e paulatinamente, com o acréscimo de cada ingrediente bem devagar, no momento certo... Infelizmente, nunca aprendi a receita ao certo (talvez porque nunca me explicaram o modo de preparo ou talvez porque o desafio fosse justamente eu ser autentico a ponto de ser perfeito sem atingir a perfeição já vista). Hoje vejo como a poção ficou e, para lhe ser sincero, não sei se gostei do resultado, talvez porque eu

Delicadeza

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Um pouco mais de delicadeza é o que precisamos. Precisa eu e precisa o meu outro eu, para que assim caminhemos rumo à casa do lago que, por equanto encontra-se perdida nas brumas de dentro de mim. Vejo os cavaleiros de lá de onde um dia disseram que viriam... Será que são os quatros? Será que minha visão me engana e sinto o cheiro da terra ao ser tocada pelas gostas de orvalho da manhã? Ou será que tudo isso não passa de mais uma daquelas coisas que não dizem nada com nada para mim ou para você? Tolos são aqueles que não acreditam na vida e que não tem esperança dentro de si mesmos. Não sei se há uma lei universal que rege esse povo tão sofrido daqui de baixo. Só sei que, havendo ou não, eu confio na capacidade humana e na força “sobre-humana” que podemos gerir caso queiramos. Não preciso ver as coisas se fuderem no meio de tudo isso para agir. Posso até estar errado e muito precipitado (talvez tudo isso ainda não esteja tão ruim, como dizem por ai, pode piorar muito mais). Mas, sincer

O curso e o canto

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A minha vida se mostra muito fácil e simples, às vezes. Quando por exemplo, me dou o direito de julgar as coisas. É claro que de uma forma bem superficial e inofensiva eu destrono os reis, mato as idéias consolidadas e as bruxas, que perto da minha teimosa lábia se tornam brincadeira de criança. Tudo parece ser um misto de ilusões e facilidades onde eu, no meu mais alto posto deste pedestal de mim mesmo, vejo tudo através de uma distância confortável e estagnada. Mas, percebo agora que só demonstro nestas palavras vulgares o quanto estou desviado do meu eu. Mas o tempo dita as horas que consomem os dias de primavera sem pedir permissão, assim como eu não peço permissão para ser quem sou, apenas sou, Mas este libertino jogo de viver traz o maravilhoso e confuso compromisso de nós mesmos (ou a correnteza da inércia – por mais contraditório que isso possa parecer). Não sou nem um nem o outro, sou em cima do muro, sou o muro, mas não suporto mais ser quem sou do modo que sou... Deparo-me c

Só me restam as lembranças...

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Sei lá... Nunca me pareceu tão mais certo começar uma mensagem com um “sei lá”.Talvez porque essa seja a forma de expressar o que estou sentindo. No fundo é uma insistente batalha de dez mil sentimentos, que só me deixam mais desnorteado. Até então tudo estava bem, mas que, por motivos que não devo colocar nessa fatídica mensagem, o mundo decidiu eclodir por pressão de uma insanidade egocêntrica e pérfida. O que me resta são os sonhos. Pois apagaram tudo! Apagaram as minhas esperanças. Apagaram as minhas vontades e, de repente, o que me restava era uma fuga quase como a de um marginal. A sensação maior é a da decepção. Dói mais que um tapa na cara (que eu levei!). Dói mais que os insultos e calamidades (que eu ouvi!). Dói mais que a inércia dos amigos (que tive que superar quase que instantaneamente). Pois a decepção é geral: de repente, o mundo estava em fuligens de poluição, de repente, não sabia para onde ir ou com quem conversar... Ainda bem que isso por um instante, não sabia de f

Em busca de algo...

Hoje, talvez, a melhor coisa a fazer é simplesmente não falar sobre isso... Apesar de que, o que eu mais queria era falar, ou melhor, gritar para ver se você, ao menos por um simples segundo, me escutasse e assim o mundo nasceria um pouquinho melhor. Não que o mundo não esteja bom, não to querendo dizer também que ele esteja o paraíso na terra. Acho que grande parte desse paraíso infernal é de nossa responsabilidade: somos nós que, montamos os obstáculos para depois ou enfrenta-los ou lamenta-los. É tudo muito louco nessa corrida incessante da vida. Não há quase tempo para respirar. Não há tempo para brincar e quando se tem algum tempo, ele é, muita das vezes, perdido com irritações ou coisas irritantes. Mas, nada disso importa! Nem sei mais o que importa, pois, te pergunto, é isso que você quer? Sinto-me um idiota às vezes de querer fazer algo sendo que no fundo tudo o que você quer é exatamente o contrário (ou assim se demonstra ser por suas atitudes)... Mas, se você me d

hora de acordar... hora de ressurgir!

Ressurgem e delimitam o tempo àquele que procura respostas! Pois ressurgir não é de modo algum algo fácil, pois exige amor verdadeiro muito além do que meras palavras de textos e bulas de remédios... Ressurgir é, acima de tudo, uma escolha! Escolha pelo belo, pelo amor, pelo cheiro de terra molhada e pelo espírito pueril. Escolha pelos sorrisos e pelas lágrimas, contudo que sejam sinceros neles mesmos. Escolha pelo difícil, não por ser difícil, mas me parece que as coisas difíceis são as coisas verdadeiras. Escolha pela verdade! Mesmo sem saber o que ela é! Escolha pela vontade de gritar: eu te amo, mesmo que seu grito seja um sussuro no ouvido da pessoa amada, pois o que importa não são as palavras ditas, mas aquelas que são absorvidas e isso, meu amigo, não há estratégia de livro de auto-ajuda capaz de ensinar seu método. Afinal, sinceridade é algo raro, Muito mais raro ainda é um sentimento sincero... quem é capaz de me dizer que nunca teve medo a ponto de querer desistir frente ess

Onde estará?

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Folhas que caem e trazem ao chão os sonhos, as esperanças e o menino que outrora imaginou poder salvar o mundo, mas que nesse instante não consegue ao menos saber que horas são. Afinal, disseram-me que isso era apenas o começo, pois de onde vem essa sensação de perda, essa sensação de fim? Onde está o livro que escrevi aos 14 anos? Onde foram parar as minhas composições que arrebatariam qualquer interpretação de Tom e Elis? Onde estão minhas trilogias, minhas personagens fantásticas que tornar-se-iam real a cada passo que se afastavam dos cerceadores, obsoletos e falsos juizes dessa terra? Pergunto a vós, caro desconhecido: por acaso, saberia tu me informar por onde andas aquele que um dia inseriu em minha mente tantas ilusões? E agora, nesse momento que o tempo diz ser algo existente, sinto-me completamente estrangeiro a ele, não só por falta de diálogo, mas por falta de mágica também... O que poder-se-á fazer, um jovem que das mãos roubaram as palavras; dos pés, sobraram os calos des

Hora de dormir... Hora de acordar

Amanhecer. Acordar e ver tudo o que há em sua volta. São as flores murchas, são os sonhos deixados entre os lençóis, São as cores e os sorrisos de um tempo seguro. Amanhecer. Deixar de lado o que é. Se vestir e partir. São as horas que não condizem com você, com o seu tempo, São os minutos perdidos e o ônibus não vem. Amanhecer. Correr para aquilo que quer, aquilo que é. São os fantasmas, são os desejos... é o amor quem diz São as pessoas, as hipocrisias, as ganâncias e as verdades discutíveis. Amanhecer. Adoecer e padecer no leito, as lágrimas. São lágrimas secas, lágrimas que não existem. São mentiras, São conversas entrelaçadas, são sorrisos... são apenas horas. Amanhecer. Acordar e perceber o descontinuado. São coisas difíceis, são momentos sem ti... é a falta do teu beijo, São as noites, as estrelas, os sons da vida à tocar uma triste melodia Amanhecer. Adormecer e sonhar o dia do regresso. São sonhos que desdizem a realidade... são os sonhos, a esperança, São os tristes dias, os

Sei lá...

Um dia... Sei lá, é meio angustiante perceber algumas coisas nessa vida, como por exemplo, minha vida que irá mudar radicalmente dentro de poucos meses. É como tudo o que eu sempre quis ser, mas agora nem mais sei que o que eu sempre quis é o que eu quero, minhas frágeis muralhas já não mais me proteguem. Amanhã partirei... tentarei encontrar respostas novas... mas estou cansado de ser quem sou... não entenda isso de modo literal, apenas estou com preguiça de mim. Acho que não posso mais acrescentar mais nada a ninguém. Não quero que isso soe tempestuoso demais, pois, o estranho em tudo isso, é essa extrema sensação de calmaria, como se o convicto romântico se metamorfoseasse para um moribundo existencialista. É como se, em uma bela manhã qualquer, você não entende mais se aquilo que você faz é porque condiz com suas mutáveis convicções (mas ainda são convicções, mesmo que mutáveis) ou se está agindo apenas como mais um nessa maré avassaladora da vida moderna (ou seria pós modern

Sentinelas

Olá, para os tempos em que o stress e o esgotamento trazem à tona um espelho que reflete o real para bem longe de mim. Percebo que é um esconderijo essa vida doida. Percebo agora que somos colocados em prova a cada instante e que cada gesto, por menor que aparenta ser, é capaz de causar muitos estragos. E eu pergunto: de quem é a culpa? Será que há um culpado? Será que há algo de verdade? Antes, eu queria resolver os problemas do mundo: frustrei-me. Depois, queria ser um dos que resolveriam os problemas do mundo: frustrei-me. Hoje, mal consigo falar e o que eu falo não faz sentido algum, tamanha a minha pequenez. Nem sei mais se tenho que eu possa-me frustrar... Será que há um destino? Será que tudo é provação? Será que pagamos mesmo pelos nossos atos? Será que somos donos de nós mesmos? O que é a vida? O que é a morte? Por que alguns vivem e fazem acontecer, enquanto outros simplesmente sobrevivem? Eu me questiono nesse instante quem de fato faz acontecer, pois quais s

Nossa Verdade

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"Forget what we're told Before we get too old Show me a garden that's bursting into life Let's waste time Chasing cars Around our heads" É muito ruim quando não sabemos a hora certa de dizer as coisas, ou até mesmo se devemos dizer... É muito ruim quando não sabemos o que rola está rolando nós, e no fundo, fica aquela sensação de que tudo não passa de uma grande ilusão... É muito ruim quando a gente quer acreditar, mas tem medo de vivenciar... Mas, por mim, o momento é de silêncio, pois o que posso fazer é aguardar até você decidir qual é toda a nossa verdade... Até lá, só peço que não se esqueça que o meu amor por ti é imenso... "I need your grace To remind me To find my own If I lay here If I just lay here Would you lay with me and just forget the world?" (Snow Patrol - Chasing Cars)

Enterro

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Como se torna difícil, às vezes, tomarmos uma posição correta. Pois nem sempre ela abarca os portões da vida com os ramos da alegria. Engana-se muito aquele que pensa que a paz vem guarnecida em uma carruagem de cetim e cavalos de açúcar. Pois a paz se dá apenas àqueles que querem tê-la e não é simples. A paz se coloca preço, ela se espalha como cartas de um baralho e nos deixa livre para escolhê-la se quisermos, mas ela nunca está desacompanhada: a paz tem um preço. Hoje me pergunto o que não se tem um preço. Não me refiro ao sentido capitalista da palavra “preço” (como algo que se pode trocar por dinheiro). Coloco essa palavra na posição de entrega, de escolha, de caminho a ser seguido. Tudo o que se tem é a opção. Sua opção é seguir o coelho branco ou acordar para o pesadelo do real. Descobri que os meus sonhos não são compatíveis a esse mundo. Hoje, deixo para o passado e para a masmorra mais alta desse castelo de cristal um sonho que eu nunca mais terei a oportunidade de r

Atuação de mim mesmo

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Você pode até pensar que eu sou um garoto, um estudante, um artista, seu namorado, ou apenas um conhecido, seu segredo ou sua salvação... um ambulante, um zero a esquerda, um vidente, um estereotípico ou um e.t. Você pode me dar nomes, pode usar minhas meias e ouvir meus CD’s. Você pode me definir. Pode dizer que o dia foi feito para mim e que nunca mais haverá fome nesse mundo. Mas o que importa de verdade? Será que são as convenções ou são as atitudes? Se forem as convenções, por favor, me mande o manual de instruções. Se forem as atitudes que nos moldam, lhe digo que as comparações são desnecessárias para se balizar algo. Se for um misto disso tudo, lhe digo que está errado, pois isso não simplesmente não é. Mas, por vez, acredito em uma terceira margem... O que sou, na verdade, é um misto de mim mesmo e desse mundão todo. Sou a personagem enraizada em uma parábola incompreensível e sou o cotidiano de abordagens e convicções que não me levam a nada. Sou abrangente e flexível, mas n

Não!

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Despeço-me de tudo que me norteia nesse instante. Parece que não há mais sentido em continuar com qualquer coisa, pois qualquer coisa não existe mais. E o que existe? Sou só eu em um monte de nada, onde só há tremor, só há desespero, só há insegurança e desvairo... Deixo para o banquete de vermes aquilo que de melhor houve em mim. Deixo as cartas inacabadas, as palavras não ditas, os pensamentos honestos e os sonhos ingênuos... Deixo a vida de um garoto do interior para encontrar aquilo que se perdeu... Quero explodir o mundo, quero purificar minha alma, quero me queimar no fogo as alucinações e quem sabe quero ressurgir como alguém fingidamente melhor. Pois melhor eu fui quando estava tudo sob meu fantasmagórico controle... onde o eu era o tudo e o nós não existia.... quero ser grande, quero ser um pouco de poder, mesmo que ele seja dentro de um microcosmo... quero me sentir útil, quero me sentir normal... Não acredito nas pessoas... Não acredito no amor...

Sinto muito...

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Para ser sincero queria mesmo te entender... mas como faço isso se o que tenho são frases sem fim, são vagas palavras? São tantas coisas, são tantos sonhos, tantas esperanças que mal cabem dentro de mim e quando, eu encontro o meu porto seguro, sinto-me à vontade de despejar um pouco de mim em ti, mas não é um pouco qualquer... quero lhe dar os bons momentos, os sonhos bons, os sorrisos e uma boa história para contar... nunca poderia imaginar que, mesmo sem intenção, minhas premissas eram ponhais para seu senso de liberdade... eu sinto muito... Não sei mais nem o que pensar, pois de fato muito confuso estou e nem ao menos consigo formular uma hipótese doida para tudo isso que está acontecendo dentro de sua cabeça? Estamos crescendo e o mundo que se era antes não pode ser mais o mesmo. O que faremos então? Será que são as regras? Será que eu te prendo nas minhas ilusões? Será que sou eu? Será que é o mundo injusto? Não consigo parar de pensar em ti, como queria ter todas a

A Paciência Subornada

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Saudades da Bahia, pois lá eu nunca estive. Estive aqui e estive ai, ao seu lado, mas um mar do tamanho bem grande soube levar de nós um grande pedaço de tempo bom. Mar este que amo tanto, mas que no momento me faz refletir. Por um segundo é preciso parar e respirar. Deixar o mundo correr, enquanto você vê as gotas da chuva deslizar até o chão como um calmo perfeito balé. Por um segundo é preciso pensar, pois o que se diz pode ser instantaneamente gravado nas estrelas e nunca mais pode ser apagado, mas o que marca mesmo são as atitudes. Se o sol banha os teus dias, porque tanta irritação? Pergunto-te: o que está pegando? E nessas horas que se está questionando, inevitavelmente se vem um buquê de respostas, todas elas fantasiosas e frutos de uma mente insana. Mas eu não preciso deslizar sobre as coisas que penso para te perceber. No momento procuro no estalar do dia um pouco de placidez (como um dia me disseram ser eu um rapaz plácido). No momento nutro a saudade de não ter-

Resposta ao Silêncio

Saio por ai, com muito a procurar, mas sem ter certeza o que é que quero achar... se quero você, como não sei das suas cores?... se a mim eu quero, como me perco tanto?... se quero sonhos, quero lugares, quero luz, quero magia, porque são todos tão complicados? São perguntas, são pessoas, são pedras que formam esse chão. O chão que deposito minhas esperanças, mas que, por algum instante, decidi fechar às portas e partir com o tapete que não voa mais. Esse cas telo que se construiu a partir de um lugar descontinuado, fruto de devaneios e pensamentos sem valor algum, finalmente encontraria o seu ápice final e então o insuportável silêncio partiria os corações daqueles que ouvem... talvez fosse mesmo a hora de dizer adeus, talvez esse seja o tempo de virar a página e começar uma nova estação. Afinal, quem vos fala é um mesmo garoto que já cerca a casa dos vinte e poucos anos... Tempo esses que toca a alma e modifica o garoto, mas não traz consigo todas as respostas, ao contr

As Horas, os Tormentos e a Fuga.

Você idealiza um lugar, um canto, um mundo de papel e de palavras soltas até o dia em que tudo se desmorona e você não sabe se é um curinga ou apenas uma outra carta qualquer do baralho. Não importa se é um rei, ou um valete... não importa se é uma dama ou um ás. Não importa, definitivamente! Mas, você é o curinga? O diferencial está justamente no construir o perceber. Perceber os anos, como álbuns de ensinamentos; Perceber o que passou e o remanescente; Perceber o que mudou e não devia ter mudado; Perceber o quanto de mim ficou em você e o quanto de você está em mim. Pensamentos que constroem cômodos estranhos nesse castelo de ilusões que agora nem sei mais se existe, pois nem sei quem sou exatamente. Na verdade, me contentaria em saber porque sou quem sou. Talvez assim saberia enfim qual é a cor que devo almejar. No entanto, minha capacidade mental se engana até nos sentimentos mais primários... Às vezes me pego perdido e inseguro por bobagens... E hoje me pergunto: onde estou? Onde

A Caixinha de Retalhos

A caixinha velha de guardar retalhos e memórias que a minha avó me deu, guarda as dores da partida e o som daquele tempo me revelou um dom. Se um dia, você se sentir como eu me sinto agora procure pensar que não é apenas um desafinado. Pois o meu coração bate forte ao lembrar a infância de outrora. Procurei hoje cedo um pouco de notícias de mim mesmo, e dos desenhos rasgados de rabiscos e traços tão desconexos dessa terrinha de sonho que encontrei durante a minha busca, me fez pensar em mais cores, em mais vida e na esperança do papel em branco. E pode ser meio simplista até, mas a vida é sempre um papel em branco se você estiver a olhar para frente. Mas para moldá-lo é sempre bom ter contigo um pouco das cores da infância e das estações que se foram, mas se for difícil e pesado para ti carregar os medos daquele lugar, talvez a caixinha de retalhos que sua avó lhe deu o ajude. Pense em um objeto pequeno. Um objeto que pode ser quadricular ou oval, mas se quiser também ele pode ser circ