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Mostrando postagens de outubro, 2016

Carta de um aborto

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Aos poucos, a voz foi baixando, justo quando me levanto da mesa de almoço. As travessas ainda pesadas das medidas perdidas, cuja única vantagem era poder alimentar qualquer esperança perdida de entendimento. Ele não olhou para os meus olhos em momento algum. Havia medo em se reconhecer, ou eu lhe causava todos os rancores possíveis. Aqueles rancores que mesmo quando caídos no deslembro, ainda se faz presente no nosso temperamento e se tornam engrenagens das inseguranças e invejas alheia. As lagrimas vieram e eu não queria me acostumar vê-lo chorar. Mas a rotina nos traz apenas lágrimas entre as pontes intermináveis de silêncio entre um encontro e outro. Ele acendia o cigarro para tentar se acalmar. A voz se esvaziava algumas vezes, enquanto tentava brigar por espaço com as lagrimas. Nunca imaginei que poderia ser o passado tão presente, mesmo que quando todos desejam dias melhores. Enquanto eu me preocupava apenas em não me olhar no espelho das palavras, mesmo dedilhando em alguma

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Desculpe. Está difícil resistir a todas essas nuances de você. Sou eu quem não acredita no amor, sou eu quem não consegue tirar os olhos de você. Vamos lá, olhe para mim. Neste e em todos os próximos momentos possíveis. Olhe com olhos de fome, cuja única vontade é vir me dizer todas as mais mundanas das palavras. Esqueçamos por alguns instantes que nada disso terá consequências. Não sejamos cristãos. Não mais. Estou sendo repetitivo. Não me importo. Se canse das minhas soluções improváveis para sermos dois. Sou a esperança termina quando começa a vida que criamos. Esqueça os meus monstros. Eles só ameaçam a existência deste imbecil que vomita inconsequências. Mas, veja bem, o teu nome pode ter qualquer ou todas as letras que existem, mas eu só me importo com aquilo que pode ser inventado.  Desculpe. Sei que sou trovão, as vezes assusto, mas o que seria eu se não o patético resquício daquilo que não existe mais? Sou aquilo que já se foi. Faço barulho. Mas, se pudesse causar qua