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Mostrando postagens de abril, 2009

O Diário de Teegoh - Semana 12

Essa página está com bastantes borrões, por conta das nunca vistas lágrimas de Teegoh, Além disso, ela foi rasgada possivelmente pelo próprio, extinguindo de vez os possíveis dois primeiros desta escrita. Esse ato é lamentável para nós, mas, para ele deve ter sido um alívio não ler suas próprias palavras outra vez sobre o acontecido censurado. Portanto, respeitemos isto! Mas, no fundo, o que todos querem é saber o que de tão arrebatador aconteceu para ele arrancar suas próprias palavras do sincero e secreto caderno. [...] amo. Mas agora é hora de acordar! Estão reforçando os frontes, vão designar para lá mais “homens corajosos” (os mais alienados, que não vêem que a melhor luta é aquela que travam os que usam a inteligência ao invés das forças e armas de matar). Não sei o que vou fazer, minha mãe quer que eu vá para longe, mas não quero ir para lugar algum. Nada faz mais sentido agora. Há corpos de rapazes espalhados em frente da academia! Sangue humano, de homens bons, lava o chão daq

Quando parece não haver mais amor

O que fazer quando o amor brinca de ser imaturo? O que fazer quando perdemos a noção e a sensibilidade? Ou quando somos “sensíveis demais”? O que fazer quando o amor decide ser coisa qualquer? O que fazer com tantas chateações e hipóteses? Ou quando nos maltratamos retoricamente? É tempo de ser quem somos! Mas quanto vale o meu abraço? Digo o que sinto e te assusto, te poupo, te magôo mais e mais mais Não mais, Não mais, Não outra vez O que fazer quando o amor se torna impaciente? O que fazer quando não nos reconhecemos um no outro? Ou quando somos desconhecidos íntimos? O que fazer quando o amor não parece mais amor? O que fazer quando a distância torna-se maior? Ou quando pensamos que ela maior que nós? É tempo de ser quem somos! Mas quanto vale o meu abraço? Digo o que sinto e te assusto, te poupo, te magôo mais e mais mais Não mais, Não mais, Não outra vez Isso machuca muito. Não posso mais te dizer o que se passa Pois, não há mais sentido em nada. Quero sentir o seu abraço Mas par

O Diário de Teegoh - Semana 11

De todos, o único que não voltou foi Pierre. Ninguém sabia o que podia ter acontecido com ele. Mas, isso já era de se esperar, afinal, pedir para lesmas andar para trás seria mais produtivo. Não tive escolha, me alistei no governo! Não posso deixar o homem que me ensinou o que é o amor perder-se nas mãos de tolos, filhos da mãe. Alistei-me sim! Mas não compartilho das ideologias nem dos revolucionários tampouco do governo. Quero rever Pierre ou, na pior das possibilidades, dá-lo um enterro digno. Não sou e nem quero bancar o herói. Armas, as minhas mãos não vão carregar. Serei vulto como a noite, e espraiarei pelos corredores do governo buscando pelo meu amigo. Amanhã abandono a academia, pelo menos até isso tudo acabar. Pois aqui agora serei visto como o traidor. Um dia talvez eles me entendam. Se isso não acontecer, pouco me importa de qualquer modo. Enfim. Teegoh.

Sillenccium Familiari

Não se dorme mais nessa casa. O silêncio é demasiado grande, Demasiado ensurdecedor. Amamos-nos, Sei que nossa mãe tem bons conselhos para nós. Mas nem sempre são doces suas palavras Tento agradar a todos. Esqueço de me agradar Perdido eu fico, mas me lembro que Amamos-nos, Somos crianças querendo nos ajudar umas as outras Andamos de mãos dadas, mas não nos olhamos Faltam-nos as palavras. Falta-nos a coragem de dizer As coisas simples e de dizer o complicado “eu te amo”. Amamos-nos, Sei que nosso pai nos ama, sem demonstrar. É difícil entender nossas atitudes, neste momento Quando no fundo, nossa vontade é de se abraçar, Esquercer o mundo e os problemas e dizer que Amamos-nos, Mas hoje ainda não é o dia O silêncio faz com que aprendamos, Com o salgado das lágrimas.

O Diário de Teegoh - Semana 10

Depois do caos, o silêncio brotou como a mãe que ergue o filho acidentado. Ele cuida de cada centímetro de destruição e alimenta as idéias da ira. Depois do fogo, que leva pra sempre todas as cores, brota a indignação e as perguntas nunca respondidas. Eles atacaram: jovens idealistas de uma luz que brilha de trevas e destruição. Não houve reação, e os revolucionários voltaram ilesos, assim como do lado de lá ninguém se feriu. Mas, todos feriram mortalmente suas almas. Nem os meus amigos eram os mesmos... Seus olhos eram vermelhos, como fogo vivo; estavam eufóricos, possuídos por demônios que não acredito existirem. Não tive medo deles, tive pena, contudo. Homens perdidos em seus defeitos mais bárbaros e irracionais. Mas, foi bom vê-los de volta. E, se eu acreditasse em milagres, diria que a chuva daquela noite tensa de lua cheia foi divinamente providenciada para lavar os tolos soldados de nada de toda aquela ira. Aos poucos, todos no grande pátio da academia, despiram-se de suas farda

Cantares

Foi de repente... Um surto nostálgico ao ver aquelas palavras organizadas num pequeno endereço quase sem sentido ao apagar pessoas sem rosto da minha vida. O que fazer com este? - pensei sem muita expectativa a princípio – O que fazer com essa história de possibilidade e gostinho de interrompido? Éramos crianças escondidas dentro de semi-adultos, cheios de temores por sermos quem já sabíamos que éramos... Mas eu não sabia, apenas imaginava... Faltou-me coragem para saber... Às vezes, fazer ressurgir histórias com finais abertos pode ser trágico, pois quase sempre continuações não são as melhores coisas do mundo: dissolve-se toda a magia do primogênito ilusório que tanto cultivei em mim. Mas, atualmente, acredito mais nos contos de fadas reais do que nos contados por papudos “best-sellers”, decidi arriscar um novo enredo, um novo desfecho... Confesso, por nem um único momento pensei que teria tantas surpresas! Tantas boas surpresas! Procurei a nostalgia de um tempo cantante e ingênuo, e

O Diário de Teegoh - Semana 09

Talvez aquela fora a última noite que bebemos juntos, por isso escrevo essas palavras mesmo estando completamente bêbado. Amanhã começam os protestos contra o governo. Amanhã acadêmicos e os alunos (entre eles, os meus amigos) empunharão canivetes e bombas caseiras para invadir o palácio do governo. É evidente que não participarei de lamentável ato, a banalidade de qualquer atitude, mesmo aquelas movidas por um heroísmo e senso de justiça, tornam-se tolas e vazias quando abrem-se às portas da barbárie e, não há outro nome para caracterizar o que está por vim: barbárie. Tolos! Bastardos e tolos são! Homens brigando contra homens, em nome de tantas coisas... cegam-se entre tantas coisas justificadas... Entre tanta merda de gente burra! Esqueceram do amor que tanto me falaram e que tanto amei conhecer! Essa foi a última noite que bebi com os bons. Pobres ingênuos estes bons corações, na esperança de um mundo melhor são capazes de atos lamentáveis, dispensáveis e desprazíveis. Enfim. Teeg

Apenas pular

Há momentos em que nos sentimos suspensos no ar. Como se tivéssemos sido arremessados para o alto e, naquele exato instante, onde inerte estaríamos esperando que começasse a aceleração da queda, enxergássemos o mundo sutilmente diferente. O horizonte é infinitamente maior do que aquele visto lá de baixo. Há um silêncio profundo, cortado apenas pela sensação do vento frio a acariciar o rosto... O sol daqui de cima brilha mais forte e somente eu, nesse privilegiado micro segundo, ainda posso contemplá-lo. Enquanto os demais, aqueles que estão lá em baixo, olham perplexos para cima, na expectativa de saber o que acontecer-me-á ao alcançar o chão novamente. Eles não percebem o quanto perdem ao analisar o mundo apenas com os pés no chão... Daqui de cima, tudo é mais calmo, mais sereno... nem mesmo as montanhas se delineiam como grandes obstáculos, apesar delas serem o que exatamente são, assim como eu, assim como tudo. Jogo meu corpo para trás, num movimento abrupto, antes eu tinha medo de

O canto do menino dos pés de tijolos vermelhos

Vem, chegue mais perto, por favor sou apenas eu, mas o teu brilho é tão ludibriante que poderia, quem sabe, devolver-me a alegria Pois do alto dessa torre, minha solidão, apenas o entorpecido calor ousa visitar-me Vem, minha pequena e delicada cultivadora, teu afago, ao trazer-me tão doce brisa, reconforta-me. Um dia, quem sabe, em asas como as tuas eu voarei para bem longe de qualquer lugar e aqui será apenas um grão de areia Vem, que mal tem em trocarmos alguns alfinetes? tuas cores são tantas que até me perco. Sou filho de pai sem nome e mãe de papel não sou de ninguém mas posso ser de qualquer um... a hora passa, pois chegue mais perto! Vem, me dê, por favor, as tuas asas e tuas cores não lhe farão falta, afinal, de tudo um pouco você viu, enquanto eu... conheço apenas o quadrado a dobrar logo ali e se assim não for mais, ganhará minha presença e juntos voaremos até o fim da história. ... O canto do menino manco, estava cheio de encanto E assim, a borboleta piedosa ficou e de suas

Tarde do meu viver

Que saudade é essa? . Que saudade é essa? Ela tem nome, corpo, cheiro...? Ou sou apenas eu mesmo cultivando meus fantasmas nesta tarde sem graça? . Que saudade é essa? Que parece doer mais do que uma perda... ela é clara, límpida, como uma hipotética certeza. Ela faz das horas, brinquedo de gente grande; faz de mim, marionete de incertezas. . Que saudade é essa? Pungente e arrebatadora, sem piedade alguma! Conta para todos por aqui, em seu intimo quarto de recordações, aqueles momentos que aconteceram mas, sobretudo, aqueles momentos que tanto almejamos um dia vivenciar, seja no gozo da cumplicidade ou nas lágrimas do adeus. . Que saudade é essa? Já não me sinto eu mesmo. Saudade que faz lembrar quanto o amo e quando sinto por não dividir essa tarde contigo. Será que um dia nossos caminhos se findaram no mesmo corredor, ou teremos que mergulhar no mar das incertezas para que então, no acaso intencionado, nos encontraremos por um instante verdadeiro? Estou cansado, mas não consigo dormi

Amadurecer

Amanhecer o tempo e acordar neste novo dia buscar as espadas e as flores... caminhar... tornar-me um homem sem perder-me da essência. o imo de tanta coragem, deste pequeno aventureiro, que hoje brinca de ser aquele que ensina mas que no fundo ainda busca aceitação do pai em um parabéns ou um abraço sincero Amadurecer as dúvidas, aceitar as dificuldades  e, com sorte, não se perder nas fáceis respostas. Tornar-me criança. Garoto de sorriso fácil, de risadas e alegrias fartas. Ingênuo sobretudo! Aprender, contudo, na malícia de uma disputa sair vencedor mesmo nas derrotas,  e dissolver o orgulho em brandas águas. Amanhecer no amor Amadurecer na cumplicidade Amanhecer perto de mim mesmo Dormir para sempre.

Ao amanhecer deste outono

O que dizer para o amor quando ele mesmo já não mais parece aceitar as palavras? O que fazer com a sensação de incompetência ao estar de frente com aquilo que quer? O fazer com a espreitada saudade, anunciando sua melodia, em meio a essa persistente insegurança? Não são mais as brisas leves da primavera que compõe o nosso caminhar. Nossas armas de antes nunca existiram, eram ideais, e agora... o que dizer do agora? Aquilo que temos pode ser exatamente aquilo que queremos...  Hoje, contudo, não quero me preocupar. Vou buscar um filme de aventura ou ficção, pois confio nas entrelinhas que somente eu enxergo. E se um dia, por desventura, eu descobrir que estive errado esse tempo todo, encurralado nos meus sonhos desfalecidos, e sozinho, como tantas vezes me senti, ainda restará a dança que um dia fui bem ensaiado: à melancolia de um dia ter vivido uma ilusão para se findar e então acompanhar os paços rasos da solidão. Mas, eu ainda tenho esperança! Saberemos aproveitar o laranja da estaçã