Delicadeza


Um pouco mais de delicadeza é o que precisamos. Precisa eu e precisa o meu outro eu, para que assim caminhemos rumo à casa do lago que, por equanto encontra-se perdida nas brumas de dentro de mim.
Vejo os cavaleiros de lá de onde um dia disseram que viriam... Será que são os quatros? Será que minha visão me engana e sinto o cheiro da terra ao ser tocada pelas gostas de orvalho da manhã? Ou será que tudo isso não passa de mais uma daquelas coisas que não dizem nada com nada para mim ou para você?

Tolos são aqueles que não acreditam na vida e que não tem esperança dentro de si mesmos. Não sei se há uma lei universal que rege esse povo tão sofrido daqui de baixo. Só sei que, havendo ou não, eu confio na capacidade humana e na força “sobre-humana” que podemos gerir caso queiramos. Não preciso ver as coisas se fuderem no meio de tudo isso para agir. Posso até estar errado e muito precipitado (talvez tudo isso ainda não esteja tão ruim, como dizem por ai, pode piorar muito mais). Mas, sinceramente... não sou de deixar as coisas que me importo de lado. Não quero matar crianças indefesas, mas é isso que faço todos os dias ao me calar, ao ficar dentro de mim mesmo, como se o perfeito estado de ser se comprimisse em meia dúzia de livros e teorias das mais importantes, porém, das mais fúteis e banais caso elas não tenham um modo de tocar o ser humano.

Nossas mãos são capazes de criar coisas maravilhosas. Nossas mentes trazem para a terra tudo o que antes era impossível e se quando se é para sonhar já não se tem mais sonhos, pois o que se sonha é real, é o seu real: sua realidade de si encantar e encantar o mundo, mostrar-se capaz de ser luz e fazer um pouco de muitos.

Às vezes sou anakin skywalker que, no desespero de recuperar os lírios da última primavera, se perde no infinito de seu inverno pessoal. As crianças morreram através do sabre de luz! Morreu também toda a esperança dentro daquele amargurado coração. Mas quem é capaz de condenar alguém que ama, mas é muito prematuro para este sentimento tão grande? Aprender-se-ia algo? Quem somos nós afinal? O que estamos fazendo com esta vida tão colorida mas que parece pintar só em cinza pálido?

Meu descontentamento com o mundo só me faz pensar o quanto eu ainda tenho e posso fazer. O quanto eu ainda posso ser melhor! E, somente assim, eu poderei ser uma pessoa útil, não para um mundo de mercenários, bandidos e inescrupulosos, mas para que, com certa delicadeza e charme como tantos outros já fizeram, terei o molejo de um devaneado poeta e entregarei as flores do jardim do castelo de cristal para os grandes de isopor, talvez assim eles sintam o calor que está lá! Só está perdido...

Talvez isso pareça um pouco auto-ajuda, talvez porque seja isso de fato! Minha intenção é tentar entender um milésimo de mim mesmo e das minhas contradições, acho que um passo disso é eu querer me ajudar, não?

Enfim, a importância do seu achismo é a mesma que dou à um chocolate.


Comentários

driftin' disse…
Este texto, meu amigo, trouxe uma infinidade de recordações!...

...A casa do lago; o cheiro da terra molhada; o castelo de cristal que imaginava soterrado e esquecido.

Uma coisa, contudo, me deixou preocupado: terás tu ultrapassado o tempo em que te limitavas a ser Anakin Skywalker, para, enfim, assumires a personalidade de Darth Vader?!...

Seja como for, acredito que a esperança jamais morrerá dentro de ti.

Um abraço bem grande.

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