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Mostrando postagens de junho, 2005

Sob Controle... Ainda

Mais um dia se passa, o amanhã começa acender seu portal e não sinto nada à frente. Apenas vejo uma cortina de neblina que, assim como uma folha de papel em branco, está pronta para que se derramem gotas de palavras sangrentas de historias banais como a minha, como a sua. Mais um dia se passa e agradeço a mim mesmo por ainda não ter perdido o controle. Mesmo o tempo todo me questionando se isso é mesmo necessário. Às vezes tenho vontade de deixar fluir meu eu, mas não quero perder o controle, não devo perdê-lo. Mais um dia se passa, minha vida ganha novos rumos e não me sinto bem, mesmo sendo rumos deliberados por mim mesmo. Não me sinto bem e agradeço por não estar fora do controle ainda. Mais um dia se passa, chega à noite. Medo... Sinto falta da paz interior da criança que fui e ainda sou em grande parte. Só que agora tenho medo e o medo eu não tinha antes. Minhas preocupações, meus problemas que são tão meus que não podem ser resolvidos por mim mesmo, mas quem vai resolvê-los? O eu

Castelos e Estranhos

Meus castelos já não mais me pertencem. Meus medos, meus anseios e estupros estão na pele, são cicatrizes que não somem nunca mais. Meu coração dói, mas ainda concede sangue ao meu corpo, com cólera: ele vive, ele luta. Meus castelos caíram, vejo o horizonte de possibilidades e os profundos abismos que há entre tudo, entre eu e você, entre o começo e o fim... o nascimento de uma pequena flor silvestre pode mudar a tua vida, um dia pode te mudar, uma hora qualquer dessas... um alguém. Quem é você que ocupa minha face? Quem é você que consome meus versos sem ao menos agradecer. Você é aquela que se foi, aquela que feneceu numa tarde de carnaval, aquela que tive que suprimir para viver minha afeição, ou você é aquele que assombrou minhas aspirações adolescentes e fez-me descobrir a dor de sentir algo súbito e enigmático? Será que você existe, será que é um sonho ou um fantasma... Tenho medo de fantasmas e não quero mais padecer nesse concubinato desabitado. Quero voltar para meu castelo,

Doce...

Como as palavras que a ti ofereço a cinco palmas. Cinco palmas de palavras doces e meigas, e pequenas. É diferente daquele que nasceu ontem, como as nuvens são para aquele que as observam. Tão doce que se enjoa e enoja... soberano de ti . Ele possui sua alma, seu sonho e seu desejo. Possui-te e não dispensa o amargo da vida contígua, e não sofre mais ao vir à abelha rainha dar a vida pela colméia na fronte contra o ser humano acinzentado. Tão doce e meigo que presta para servir de enfeite. Parece frágil...é frágil e delicado como cristal. Não me toque, me deixe e sinta a falta do nada que há de mim em ti. Amanhã, nada de ti será doce, pois o doce e meigo de ti não há mais na sua essência. A criança se foi, ela se matou naquela tarde triste de outono, pois você decidiu deixá-la. Você é imprudente e culpado pela morte da criança, e não assume. Mas não deve assumir mesmo, amanhã você é grande, mais grande de tudo a ponto de dizer que mais grande deve ser maior e maior não existe. Você n