Postagens

Mostrando postagens de junho, 2014

O Maquinista (Parte 02) - Sobre a Graça da Posse

Aos poucos aquele galpão se tornou nossa casa. E os estranhos, uma cooperativa de individualistas. Não ficamos por lá tempo suficiente para escrever a história de gerações, mas isso também não se fazia necessário. Foi tempo suficiente para descobrir que logo ali havia uma encruzilhada e o maquinista que não existia, escolheu a revelia invadir aquele portal, ou túnel, ou passagem... seja o que for tinha aspecto de abandonado. Era, por fim, um imenso galpão. Percebi que havia confiado minha condução a um maquinista que não existia e agora, sem poder culpar algo que não existe, só me restava lidar com a situação exatamente do jeito que ela se apresentava. Foi o galpão que fizemos de lar, ou melhor, que invadimos e fizemos de lar. Logo em seguida chegou a família que morava lá. A mulher era irmã de uma grande amiga genericamente desconhecida, mas que ansiava por notícias (Mas, da mesma forma que nunca soube que ela tivera tido, de fato, uma irmã eu também nunca tive notícias dela).

O Maquinista (Parte 01) - Uma paz Anárquica

Cheguei, finalmente à estação do metro (que na verdade era algo mais próximo a uma estação de bondinhos super moderno – menos os próprios bondinhos, estes eram bem antigos). Passei a catraca e ocupei um curioso assento que ficava virado para frente da máquina. Este assento era bizarro porque eu o assumi desse modo. Ele impossibilitava qualquer outro ser humano com pernas de se sentar no assento da frente, cuja face se voltava para a lateral. O errado era este assento meio que improvisado porque eu assim, evidentemente, dizer. Não sei se sabia para onde ia. Mas estava feliz por estar indo para longe. Sentada perto de mim em outro banco convencional só que após o corredor estava uma amiga que mora na Itália. Ela, e seus cabelos vermelhos, não conseguiam esconder a irritação por conta de uma amiga nossa cuja única forma de se mostrar próxima é insistentemente pedir conselhos em Italiano. Fiquei chocado ao saber essa falta de paciência. Amizades voláteis. O bondinho não precisava

5 parágrafos do 'Pro-nome' individualista

Me mata aos poucos o desencontro. O amor, como ensejo utópico, transfigurado ao gosto do contemporâneo é refugio para a reprodução infinda de nossos fantasmas. Não há espaço para o simples gesto de desvelo. Afinal, o que antes eram proliferações de cuidado hoje são gestos de facilidades levianas. Me cabe a ação nada hercúlea  de  execrar cada momento de você inscrito sob minha pele. Não que isso seja algo difícil de fazer, afinal, na minha cama você não deitou. Os rastros desta história não são como as pistas de um bom romance policial, nem de literatura rápida para adolescentes.  Me sonda, contudo, a inquietação que se soma a minha incrível capacidade de tornar perfeitos argumentos fílmicos em histórias inteiramente fadadas ao esquecimento. E neste instante pouco me importo se você me lê como um homem orgulhoso por saber lidar com as imprudências de um desnorteado cupido. Me agrada o vislumbre de uma sala vazia. Por fim e Outra vez. Cujo breu já não mais afasta a minha ne