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Mostrando postagens de abril, 2008

Devaneio de Eros

Já se aproximavam das profundezas, as horas daquela madrugada. As palavras pareciam discorrer o tempo como se não houvesse limite algum entre o ser e os corpos. Os sentimentos caminhavam sozinhos, deleitavam-se sem reserva alguma nos caminhos das vistorias.... Ah! Que inebriante são esses meus dias, mal consigo manter-me em mim mesmo! Vontade de correr e de gritar: vontade de amar! Entorpecido de cheiros, de suor... Mal consigo escrever, sinto-me desesperado neste instante. Vou, talvez, estuporar-te ao dizer que por detrás das minhas vendas eu vejo mais do que eu queria ver... Meus sonhos são pesadelos herméticos, não percorro por sentido algum nem nos meus conceitos mais bem firmados. Apenas percorro o cheiro do teu universo, como um anjo apaixonado. Sinto apenas um dilacerante e rubro desejo de derramar todas as perplexidades deste mundo em um só dia. Tenho vontade de contradizer-me apenas para deixar-te louco, aguilhoado ao perceber que entre mim e tu só não barreiras...

Um teto, um lugar, qualquer coisa

Quero um dia ter a sorte grande de encontrar para mim um lugar onde não mais me sinta sozinho. Quero o cheiro da terra, ao anunciar as chuvas de fim de verão, quero um amor em palavras, quero beijos, quero beijos. Quero um dia sorrir ao ouvir você cantar alguma coisa banal, quero não mais me sentir só, mesmo que apenas de forma ilusória. Quero quebrar o silêncio de mim mesmo e descobrir o que realmente quero pois no fundo não encontro nada porque não sei ao certo o que procuro e quando acho algo sinto que ainda sou vazio. Quero dias intermináveis de sublimes aventuras passadas num teto qualquer onde a maior adrenalina curvar-se-ia a ao toque das horas anunciando a manhã. Quero a liberdade de expressão! Quero enfim, um dia poder ser um pouco mais do que apenas uma incoerência.