Resposta ao Silêncio
Saio por ai, com muito a procurar, mas sem ter certeza o que é que quero achar... se quero você, como não sei das suas cores?... se a mim eu quero, como me perco tanto?... se quero sonhos, quero lugares, quero luz, quero magia, porque são todos tão complicados?
São perguntas, são pessoas, são pedras que formam esse chão. O chão que deposito minhas esperanças, mas que, por algum instante, decidi fechar às portas e partir com o tapete que não voa mais.
Esse castelo que se construiu a partir de um lugar descontinuado, fruto de devaneios e pensamentos sem valor algum, finalmente encontraria o seu ápice final e então o insuportável silêncio partiria os corações daqueles que ouvem... talvez fosse mesmo a hora de dizer adeus, talvez esse seja o tempo de virar a página e começar uma nova estação.
Afinal, quem vos fala é um mesmo garoto que já cerca a casa dos vinte e poucos anos... Tempo esses que toca a alma e modifica o garoto, mas não traz consigo todas as respostas, ao contrário, traz mais perguntas e inquietações.
Antes tinha eu um objetivo com esse lugar.... ele era qualquer um, menos o de construir esse castelo a que guardo lembranças de uma vida de ilusões. O que fazer quando não se tem mais o pó mágico? O que fazer quando se atravessa o espelho e o que vê é distante de ser o que devia ser? O que fazer com todo esse incompreensível amor? O que fazer com o desespero de despertar numa manhã metade de tudo aquilo que sonhei?
Mas, por vez, prefiro eu permanecer exatamente como estou, como sou, e deixar essas e tantas outras perguntas para quando o bombardeio de respostas chegarem... Creio, por hora, que o que era ainda é no passado e o que há de ser nada mais é do que fruto de uma sofisticada centrifuga onde o real se transfigura aos sonhos e o que sobressai são as sobras para o jantar e a essência para se guardar.
Decidi que não deixarei o castelo...
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