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Mostrando postagens de março, 2009

A história de Andruz

Parte 3: A despedida. Ao tocar aquele rosto senti toda a beleza do mundo. Um sorriso complacente, deixou-me entorpecido e livre. Sua pele... cada centímetro de seu corpo, era o que poderia existir de mais delicado e vívido... Mas com o passar dos segundos percebi a dor do tempo a correr e se alastrar em sua feição, mesmo que de nada ele demostrava sentir à não ser pelo seu corpo se cristalizar. Foi quando, ele se levantou, deixando minha mão se perder no ar, quando antes estava a acariciá-lo, para voltar para as águas escuras. Ficou claro: eu o amava e iria perdê-lo. Sentia-me completo mas, ao mesmo tempo apreensivo... Definitivamente, não queria que ele partisse. Ele emergiu das águas antes mesmo de eu tomar consciência das minhas lágrimas. Voltamos a nos sentar no mesmo canto do salão, onde estávamos a pouco e, de algum modo eu sabia: seria ali, a nossa despedida. Sem ter como lutar contra a morte, aqueles segundos se findaram em meu pensamento como eternos. Mergulhei profundamente

O Diário de Teegoh - Semana 08

Já não me vou mais preocupar com o que pode acontecer... Essa tal revolução que anunciam por ai mas parece um conto de moral. E pior! No meio de tanta confusão de dizeres e não dizeres, mal conseguem se concentrar nas coisas que estão a acontecer de fato neste instante. Por outro lado, entre tanta conspiração e estratégias de meninos que dizem ser homens, tenho tempo para a boêmia. Ah como deve ser bela a França! Nunca fui lá, mas se ela for tudo que ela representa ser nas suas histórias, quero um dia me mudar para lá! Só espero não aderir ao costume francês de não tomar banho... Se bem que, Pierre não toma banho todos os dias (eu sei!) e o cheiro dele não é de todo ruim! Mas paciência! Afinal nem os franceses são perfeitos em tudo. Pierre tem me mostrado as personificações do amor, da liberdade e da beleza, em suas moldagens mais explicitas... nuas ninfas a brincar inocentemente nos campos virgens e coloridos... Meu corpo, nunca foi meu limite, mas agora eu provei da mais pura e límpi

A coisa pingada

(Para tentar entender o mundo de dentro e de fora) Hoje o dia se fez em poesia Coisas para serem ditas e vividas Não porque se queria tal primazia Simplesmente estava lá, as cantigas E de repente as cores se tornaram mais bonitas As esperanças despreocupadas brincavam As águas agora estavam ainda mais límpidas E os enganados, a nova aurora brindavam. Mesmo o triste fim do menino do circo Aquele coitado, que se perdeu, embriagado Que muito chocou nosso mundo critico Ele agora descansa numa nuvem deitado E assim vai, sem rumo, sem lógica alguma Um pouco de tudo, contando com a loucura De um lugar chamado “de todos”. Pura calúnia! Vamos brincando entre a tristeza e a brandura Até no dia em que mais nada passará De uma história esquecida e apagada Não só na lembrança do contador Borah Mas também daquela coisa pingada... .................Pingada... ...........Pingada... ..................Pingada... ............Pingada...

Boas intenções

Acredito em boas atitudes! Elas delineiam o pensar e a intenção, assim como as promessas! Mas as promessas podem se tornar fardos pesados, a se carregar quase que de modo insustentável. Mesmo que no final deste outono a promessa se tornar algo não real, somente pelo fato de se ter uma perspectiva (uma intenção) já é mais que o suficiente para fazer-me sentir bem. Mas, como aqui o campo é etéreo demais, onde as palavras correm por tempos diferentes e espaços tão vastos como os da interpretação, lhe ofereço apenas o meu sorriso, acompanhado ainda com uma risada gostosa, para, enfim, dizer-lhe que nem sempre nossos juízos correspondem ao que o outro é, e, acima de tudo, nunca duvide da capacidade de surpreender-se.

O Diário de Teegoh - Semana 07

Eu sempre vivi enterrado na minha solidão. Tinha como certo que não sentiria falta de companhia alguma. Os livros, sempre foram meus amigos e quando eu queria um pouco de palpitação em minhas veias, não era difícil bancar o agente da discórdia lá nas terras de onde venho. Se bem que quase nunca precisei assumir tal papel, na verdade, até onde me lembro, esse tipo de peripécia deixou de acontecer quando eu perdi o último dente-de-leite. Depois de então, o espírito da confusão parece ter se corporificado, mesmo em matéria de não matéria (como um fantasma mesmo), e ele tem como motivo de seu viver poupar-me de procurar o que nem sempre quero achar. Mas, de um modo ou de outro, sinto que minha vida só começou no momento em que coloquei os meus pés na capital. É como se eu tivesse uma segunda chance: minhas palavras não causavam mais estranhamento. Parece que me vêem agora! O difícil é acostumar-me com essas novas vestimentas, afinal para quem se criou sob o manto de um ser abominável e ame

Bilhete

Tua presença se faz como a primazia de um sonho. Possui certo sabor de não contentamento, são dias sem palavras, onde apenas os versos tomam conta de um espaço vazio, que tende a dizer muito, mas que, ao mesmo tempo, não dizem nada, pois cá sou apenas eu e meus devaneios, falta-me proximidade das palavras cantadas de olhares e o calor de um abraço. . Se há inquietação pode ser sinal de algo poderia acontecer ou que poderia fazer acontecer. Se há falta... se há Saudade, sentimento tão tenro, tão belo e ao mesmo tempo tão dolorido faz de nós refém de perspectivas... coisas que, no intimo de nós mesmos, julgamos ser o melhor o ideal, e nesse ínterim, julgamos também as mesmas coisas para o outro... . Mas o meu desejo é tomar teu rosto com afagos demorados, é sentir sua voz dedilhando palavras sinceras no íntimo ápice da liberdade, enquanto não haveria mais os motivos da hesitação... E, afinal, não existe vazio que não pode ser preenchido, não há solidão que perdure a cumplicidade, não há

O resultado imprevisível (continuação não premeditada)

Para não dizer que essa vida parece uma montanha russa, fiz tudo parecer um conto, mas, até então não sabia que era tão pesado sustentar essas coisas de cá... O peso da escolha ainda se fazia forte e prevaleceu no calçar do momento consumindo-me até o desfecho dessa história. Foi então que havia duas alternativas! E, a meu ver, se resumiam em: ser um mestre ordinário ou ter algo a mais para oferecer a mim mesmo... A resposta parece-me clara neste momento em que a decisão já fora tomada, mas até chegar nela passei por dentro de mim mesmo como se estivesse a atravessar um pântano escuro, pois enquanto a escolha obvia (ou que assim parece ser) traria o vento das aventuras de um novo lugar em minha face, a menos obvia me manteria no conforto do banquete dos deuses... E agora? O futuro continua sendo o desejo da confluência de passos e escolhas enquanto eu brinco de ser mago de um mundo aquém... Tomei uma decisão, ou melhor, tomei a decisão que foi um delineador de correntes.

O resultado imprevisível

E ai, como se tudo não fosse uma confluência dos acasos e escolhas, em um tipo de jogo de contradições, um concurso muda os rumos mais imutáveis, faz do pobre e belo brincadeira de criança, faz do sonho, possibilidades irreverentes... No fim de tudo, pode parecer até piada, pois minha vontade é de rir! Mas como tento ser precavido, levo em consideração que os mares daqui também são tempestuosos äs vezes e os deuses de cá não poupam nem os frágeis castelos de cristais. Mas, o que posso fazer? Bancarei o coringa! Pois eles não sabem de onde eu vim, nem quais estradas caminhei... nem você sabe, portanto o mistério do passado é sempre uma boa medida para instaurar a duvida... e assim, consequentemente... entre temores de uns, alegrias de outros, que vida a incoerência! Antes de ir, queria dizer que nada sabia e agora sei menos ainda, portanto tudo é possível vindo de uma mente que enxergava um universo e agora percebe que há inúmeros outros que eu nem supunha existir.

O casulo de J. (jota)

E ai a vida toma um rumo inesperado: São promessas não cumpridas... Mudanças não realizadas... Sonhos transformados em ilusões... De todo modo, algo parece brincar com os dias e, se por um lado morrem algumas perspectivas, outras parecem nascer... parece-me um ciclo vicioso... Amanhã um concurso... Talvez uma atitude... Talvez uma velha vida nova... Enfim, sinto-me cansado de lutar contra a maré... ela anda muito forte ultimamente e eu estou sem tantas forças, como antes eu tinha... Não tenho tanta certeza para onde ela me levará, contudo, desse modo sinto-me menos responsável pelos meus atos... mesmo sabendo que isso não passa de apenas mais uma ilusão.

O Diário de Teegoh - Semana 06

Não entendo mais o que se passa comigo. Tem dias que sou como Alexandre, o grande, em outros, o Quasimodo de Notre Dame se aparenta melhor que eu. Mal consigo olhar para um ser inofensivo, enquanto desafio a fúria dos titãs. Que cisma, a minha! Talvez, a eminência da revolução tem me deixado com os nervos à flor da pele. Por incrível que pareça, sinto um pouco de saudades da vida na fazenda... (espero sinceramente que este caderno não tome voz própria, pois cá começo a escrever palavras de sentimentos que dificilmente ouso falar em pensamento, muito menos em voz alta). De todo modo, está muito nítido, algo em mim está diferente, e não é o corte de cabelo! Talvez o isolamento que me coloquei neste lugar fez minar em mim preponderâncias que antes não existiam nem como hipóteses... Como é estranho caminhar com as próprias pernas. Dói sentir que cada passo é tua própria responsabilidade... que não publico de defensores e acusadores... Ao mesmo tempo, poder ir onde bem querer, não ser tacha

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E hoje você não terá o meu sorriso, desculpe-me. Quando eu tento brincar de ser racional acabo por me perder ainda mais, e como tudo isso parece estar muito além das minhas forças e vontades vou guardar-me em um cômodo que você me mostrou mais intimamente: a solidão. Mas o tempo... enquanto ele brinca conosco ao nos trazer dias tediosos, ele também corrói a virtude da vida e, talvez, por um descuido das vontades, o inexplicável pode se tornar flor e alguém passar em cima daquilo que nos é precioso sem ao menos perceber sua presença. E hoje você não terá o meu sorriso, desculpe-me. Amanhã, quem sabe as luzes do salão sejam outras e, por conta de uma música ou outra, de cunho bem inusitada, devolva-me a vontade de sorrir e então eu relembrarei as coisas que acredito. Talvez não... afinal, parece-me cada vez mais claro que dançamos em um mesmo salão de águas, cujo movimento (de calmaria ou turbulência) nunca é causado apenas por uma pessoa.  E hoje você não terá o meu sorriso, desculpe-me