O menino que sabia das coisas (Epílogo)

As notícias do dia seguinte não se associaram nem com as plumas nem com as palavras que voaram pelos céus da cidade naquele mês. Um suicídio. Era apenas isso. Culpavam os país, a sociedade, o mundo violento... Todo mundo buscou o dedo que empurrara o garoto para a morte. Mas ninguém entendeu o que aconteceu. Ninguém tampouco questionou-se sobre as possibilidades. Afinal, vivemos em uma sociedade onde há uma tampa para cada caixa. Cada ato é prescrito e um cristão sabe onde o bem vive e sabe principalmente onde o mal de cada um vive.

Uma ou duas semanas foi o tempo necessário para cidade esquecer o acontecido. Isso, para os mais sensíveis, pois no dia seguinte a crise econômica estourou e todos estavam preocupados com seus bolsos. O garoto morreu tentando trazer a alegria do mundo. Ele conseguiu por um instante, mas as pessoas estão tão desesperadas e ainda são crianças do mundo, a aprender o banal. Elas erram, como eu.

Julgamos e condenamos. E assim, matamos não apenas o corpo, mas a esperança. Temos tetos de vidro, mas nem sempre costumamos olhar para cima... Por fim, sabemos que a vida é uma dádiva, mas viver bem é um privilégio. A questão é: vivemos bem?

O garoto não soube o que soube das coisas, porque ele simplesmente não precisava saber. Quem sabe das coisas, somos nós... os meninos... prepotentes meninos...

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