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E hoje você não terá o meu sorriso, desculpe-me. Quando eu tento brincar de ser racional acabo por me perder ainda mais, e como tudo isso parece estar muito além das minhas forças e vontades vou guardar-me em um cômodo que você me mostrou mais intimamente: a solidão.
Mas o tempo... enquanto ele brinca conosco ao nos trazer dias tediosos, ele também corrói a virtude da vida e, talvez, por um descuido das vontades, o inexplicável pode se tornar flor e alguém passar em cima daquilo que nos é precioso sem ao menos perceber sua presença.
E hoje você não terá o meu sorriso, desculpe-me. Amanhã, quem sabe as luzes do salão sejam outras e, por conta de uma música ou outra, de cunho bem inusitada, devolva-me a vontade de sorrir e então eu relembrarei as coisas que acredito.
Talvez não... afinal, parece-me cada vez mais claro que dançamos em um mesmo salão de águas, cujo movimento (de calmaria ou turbulência) nunca é causado apenas por uma pessoa.
E hoje você não terá o meu sorriso, desculpe-me. Mesmo que eu quisesse...
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