O Diário de Teegoh - Semana 02
Talvez eu esteja sendo muito duro comigo mesmo. Não devia me sentir culpado! Ela fez por merecer... Minha mãe “ a santa” evidentemente a defendeu e veio a mim, para tomar-me umas satisfações. “Coitada da criada! Você não devia ter feito isso com ela! Está a se tornar um rapaz muito atormentado” dizia ela com sua voz irritante! Mal sabe ela que a “coitada da criada” tem feito durantes às noites, com o merdeiro. Mas, isso não vem ao caso, afinal não sou de julgar as atitudes das pessoas, por mais grotescas que sejam. Mas, neste caso, a ingrata ultrapassou todos os limites e no meu calo ela quase pisou! Não poderia simplesmente deixar passar!
Ela teve o que mereceu! O que ela teve foi o suficiente para que eu nunca mais a pegue colocando o nariz onde não deve! Caso isso aconteça, vou colocar o nariz dela bem... deixa por vir... Apesar de ríspido, trato os serviçais melhor até do que os porcos da corte, mas, quando deixam a desejar, o rebate é mais democrático.
Meus pertences são apenas meus. Além de tudo, ela foi pegar justamente aquele livro! Não tinha como perdoar. Por um triz ela não descobre o meu maior segredo! Perdi um pouco a cabeça, tenho que admitir... mas, quem não perderia em uma situação de vida e morte? Além do mais... os cabelos dela crescerão novamente... não houve queimaduras no couro cabeludo... se bem que ela está bem melhor agora! Quem sabe até, ela arrume um marido agora e, ao invés de bisbilhotar minhas coisas, vá bisbilhotar as coisas do infeliz!
Apesar de eu estar com a razão (aliás, como sempre estou!) Minha mãe não acredita em mim. Ela pensa que sou louco e que devia tomar algumas emulsões... acredito tanto nessas emulsões gosmentas como acredito em fadas e duendes. Se bem que depois do fantasma do meu pai não duvido mais de nada! Talvez ela me mande para uma clinica para loucos... o que não me parece ser ruim de fato, afinal, lá estaria junto de gente que vive longe de fantasias.
Mas não iria! Apesar dos pesares, ainda me sinto muito bem por aqui. Se eu fosse uma carta de baralho, com certeza eu seria o Coringa, afinal, não faço par com nada e posso ser qualquer um, posso ser aquele que alivia uma situação difícil, ou aquele que termina o jogo, depende da tua perspectiva. Acho que não há descrição melhor para mim! Nesta terra eu tenho um objetivo e eu vou cumpri-lo vagarosamente! Mas, se nada der certo, farei ao menos algumas mulheres felizes, mesmo que elas morram infelizes, um dia elas perceberão que estava com a razão! Neste momento, a segunda semana termina e a terceira me sorri que nem uma criança bobalhona, devolvo-lhe apenas um sorriso amarelado e um aceno idiota pois sei que mais uma festa se aproxima. Enfim. Teegoh
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