O Diário de Teegoh – Semana 16

Há tempos não me deparo com o prazer de um gesto. Não há nada que me mostre um belo ato. Não há mais histórias, passado ou futuro. Se há amor, não sei mais onde encontrar. Estou aqui por conta de uma loucura... Vivo entre dementes seres que se julgam heróis de verdade. Suas roupas são verdes acinzentados, para esconder o tanto de sangue que já derramaram em nome de qualquer coisa.

As salas da penumbra enchem-se e esvaziam-se em uma velocidade incrível. Poucos saem com vida da sala 13, e aqueles que saem não retornam tão cedo para os alojamentos pois passam dias, as vezes, semanas em algo que chamam de enfermaria (mas um matadouro deve ser mais limpo do que aquilo). Às vezes tenho vontade de escrever tudo o que vejo, mas não é possível descrever o fedor de carne humana sendo queimada depois de apodrecida.

Uma vez escalado para esse alojamento, homens chamados de soldados tornam-se arautos da morte, mas eu tento me manter lúcido para tentar encontrar nas palavras o sustento que me mantém vivo na busca pelo Pierre. A idéia do sorriso dele, idéia que se transforma em energia ao tocar os meus pensamentos, já não é mais tão nítida como antes. As noticias ou possibilidades extinguiram-se. Enfim, T.

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