O Diário de Teegoh – Semana 15

Nessas celas, que dizem ser alojamentos (mas que são celas de condenados à loucura de poucos) estou entre tantos outros. O cheiro de sangue seco se mistura ao da terra maltratada pelos pés rápidos de soldados e presos. Sei que, na perspectiva de alguns, já aprontei muitas maledicências, mas o que eu vivencio aqui não é digno de memória.

Aqui vivem a contar o desconhecido. Eles, os prisioneiros, não sabem se dia ou noite é. Quando voltam a ver a luz do sol pensam ter encontrado o paraíso, mas isso até perceberem que estão indo para a sala 13. Tão agourado é este número desde a época das bruxas ou mais para além.

Talvez seja ironia do acaso, mas quem entra na sala 13 pode sair de lá em livre espírito, deixando por vez de vivenciar o que temo ainda ser apenas o começo de tamanha bizarrice. Mas nem todos têm a mesma sorte. Formando um rastro de sangue e sofrimento, saem os que respiram num fio de vida, carregados entre os braços de homens e marcas. Irreconhecíveis. Sozinhos. Enfim, T.

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