O Jogador (parte 1)
Quebrado,
o meu coração de lata se divide em duas ou três partes,
ou tantas outras partes.
1ª partes, profundidade, persistência...
Ouço tua voz, leio tuas cartas e promessas,
mas não vejo o teu rosto, não vejo tuas escolhas,
pois tua retina ainda me é misteriosa.
2ª partes, particularidade, peripécias...
Vejo teu corpo, mas não sinto o teu cheiro...
não sei se és doce, ou cítrico...
se és prosaico, se és inusitado.
Nem sei se és o teu mesmo.
3ª partes, profusão, perfeição...
Sinto o bojo, mas não encontro o vazo em que reside,
tampouco, uma perspectiva qualquer do mesmo.
Não sei se busco algo fácil... não tenho medo do complexo,
desde que ele seja o simples, ou seja, o verdadeiro,
pode ser uma verdade das tantas verdades .
O amor não está no racional,
está no transcendental, na união de ideais...
não há domínio, apenas vivência...
não há compreensão, apenas experiência...
há transmaterialização!...
Às vezes simplesmente não entendo...
o que pensar?... o que pensar?...
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