Carta ao desconhecido dentro de mim
Para mim, o que importa hoje não são os fatos, são as entrelinhas dos capítulos do livro antigo e empoeirado da estante da casa de Santine.
Eles são os melhores, mesmo que nos deixam a espirrar, os que são alérgicos, mesmo que eles, de tão filosóficos, fazer de minha mente um descompassado, incapaz de acompanhar os passos de cervo que, com velocidade e graça, ultrapassam qualquer limite do real. Eles são como deuses e se houver página mal escrita, e se houver pessoas que gritaram e deixaram o livro como sempre em aberto e interminável, não serei eu a fechá-lo, pois o amo assim: com suas especificidades.
Numa tarde chuvosa de fim de verão, disseram-me que sou como um livro, mas um diferente livro. Sou aquele que quando mais você se aprofunda nas obscuras páginas da vida, você descobre que não o conhece nada. Há mistério por trás de tudo, pois nem eu mesmo sei quais são minhas intenções, nem sei eu até que ponto posso dizer que sou honesto comigo mesmo e sei das coisas.
Se há um livro em minha vida, se sou um livro ou qualquer anotação no papel velho de pão, por favor, não se esqueça de deixá-lo no canto mais obscuro da tua estante para que ninguém possa ter acesso a ele, pois aquele que começar a lê-lo pode nunca mais saber distinguir o que é e o que não é. Ou melhor, por favor, jogue-o nas brasas do infinito, acabe com ele sem piedade, pois não há dignidade se não há como caminhar pela calcada do silêncio.
E aqui estamos, vejo que há peso nos meus olhos e lágrimas o cobrem de vergonha. Quero saber a verdade dos teus sentimentos e dos meus também, mas há como saber se não sei nem por onde procurar as meias sujas da semana passada?
Eu queria a tua verdade, mesmo que por ela meu coração quebraria em mim pedaços, queria saber como não decepcionar-te, mesmo com as milhares de vezes que não pude fazer o melhor para te agradar.
Acho que preciso ler as minhas páginas para encontrar-me, acho que preciso sentir o sangue espalhar-se em minha face para ver o tão frágil é a minha vida e tão insignificante sou eu, nessa coisinha estranha chamada mundo.
Seu um dia eu te dizer adeus, meu amigo, pode ter certeza que minha alma se quebrará e não conterei as lágrimas, eu sinto muito por ser tão perdido dentro de mim e, por isso, não ser a pessoa que você sonha.
Por favor, diga-me a verdade de teus sentimentos, por favor, insisto agora que a tua piedade por mim aflore e deixe registrado aqui o que sente por mim, mesmo que a verdade doa e quebre as lágrimas do repreendido descontinuado. Eu ínsito, por favor... por favor...
Eles são os melhores, mesmo que nos deixam a espirrar, os que são alérgicos, mesmo que eles, de tão filosóficos, fazer de minha mente um descompassado, incapaz de acompanhar os passos de cervo que, com velocidade e graça, ultrapassam qualquer limite do real. Eles são como deuses e se houver página mal escrita, e se houver pessoas que gritaram e deixaram o livro como sempre em aberto e interminável, não serei eu a fechá-lo, pois o amo assim: com suas especificidades.
Numa tarde chuvosa de fim de verão, disseram-me que sou como um livro, mas um diferente livro. Sou aquele que quando mais você se aprofunda nas obscuras páginas da vida, você descobre que não o conhece nada. Há mistério por trás de tudo, pois nem eu mesmo sei quais são minhas intenções, nem sei eu até que ponto posso dizer que sou honesto comigo mesmo e sei das coisas.
Se há um livro em minha vida, se sou um livro ou qualquer anotação no papel velho de pão, por favor, não se esqueça de deixá-lo no canto mais obscuro da tua estante para que ninguém possa ter acesso a ele, pois aquele que começar a lê-lo pode nunca mais saber distinguir o que é e o que não é. Ou melhor, por favor, jogue-o nas brasas do infinito, acabe com ele sem piedade, pois não há dignidade se não há como caminhar pela calcada do silêncio.
E aqui estamos, vejo que há peso nos meus olhos e lágrimas o cobrem de vergonha. Quero saber a verdade dos teus sentimentos e dos meus também, mas há como saber se não sei nem por onde procurar as meias sujas da semana passada?
Eu queria a tua verdade, mesmo que por ela meu coração quebraria em mim pedaços, queria saber como não decepcionar-te, mesmo com as milhares de vezes que não pude fazer o melhor para te agradar.
Acho que preciso ler as minhas páginas para encontrar-me, acho que preciso sentir o sangue espalhar-se em minha face para ver o tão frágil é a minha vida e tão insignificante sou eu, nessa coisinha estranha chamada mundo.
Seu um dia eu te dizer adeus, meu amigo, pode ter certeza que minha alma se quebrará e não conterei as lágrimas, eu sinto muito por ser tão perdido dentro de mim e, por isso, não ser a pessoa que você sonha.
Por favor, diga-me a verdade de teus sentimentos, por favor, insisto agora que a tua piedade por mim aflore e deixe registrado aqui o que sente por mim, mesmo que a verdade doa e quebre as lágrimas do repreendido descontinuado. Eu ínsito, por favor... por favor...
Comentários