Latente
Pulsa a necessidade criada por um sentir fabricado. Violentas notas agridoces martelam o ritmo do que é certo (porém inventado). Sigo em frente. Sou o que construí ser. Sou o afastamento do doméstico e languido esperar. Sou o grito pungente que angustia o inaudível cotidiano. Violenta a expectativa de cruzar a linha. Quem inventou tal inalcançável lugar cujo vislumbre que posso ter é apenas o limiar de um espaço desforme. Miragem do espaço que deixo de lado pela graça do momento. A vaidade ou a inveja me transbordam de ontem. Me roubaram a infância. Adolescência não sei quem é... meus exageros são minhas desculpas para ser o que quero. Sou o que posso. Ingratidão ao desespero, que insiste em me (re)ensinar os prazeres do sentir. Respiro e organizo meu dia nas caixas que me assombram com a dignidade. Visto aquilo que de melhor imaginam de mim. Enfrento as horas com sorriso no rosto, pois estou acorrentado ao fardo de não traduzir o que se passa no meu coração. As portas do