Muito prazer, eu sou o amor.

Sou aquilo que fica escondido no canto da intimidade. O impronunciável, o inaudível, mas nunca o indolor. Teimo em pronunciar-me aos quatro ventos, como os festins de todos os carnavais, mas poucos conseguem ouvir minha obra prima, pois confundem-me com o leviano sabor do entorpecimento.

Já fui um encontro de olhar, um pedaço de papel, juras infundadas e promessas de eternidade. Fui o cabo de tormentas, a morte, a dor... A incansável busca por sucesso e os caminhos tortuosos, eu fui para vocês. Fui tanta coisa e muito mais para agradar a todos, até que me esqueceram entre o entretenimento das facilidades.

Talvez, eu deva desculpas a mim mesmo por um dia ter feito-me um retrato de facilidades, enquanto a verdade sempre foi evidente:não é fácil. Mas, hoje, enfim, quando o sol dorme no crepuscular do verão, posso afirmar que eu nunca poderia ser quem sou se não fosse o desejo que ultrapassa a pequenez da liberdade ou a facilidade das faltas de escolhas.

Muito prazer lágrimas, sou o amor.

Comentários

Anônimo disse…
As lágrimas, por vezes, são a própria essência da alegria. Da transparência.

Não deves, porém, deixar que elas condicionem as tuas emoções. É preciso que sobrevivas às tuas próprias dúvidas e acredites no espírito que te conduziu à invenção do castelo de cristal.

...Lá, onde nos aguarda uma chícara de chá!

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