O Diário de Teegoh – Semana 23

Entre as grossas e seculares paredes, divido meus dias entre os afazeres da universidade e os poucos livros que ainda suporto ler. Debruço-me mais nas memórias que colho durante as visitas ao Louvre, enquanto meu colega de quarto baba em seu travesseiro. Não me preocupo mais onde guardar este meu caderno, pois cá, tenho a ignorância alheia a meu favor, é apenas uma questão de manter a escrita em minha língua vernácula.

Lembrei-me do gosto das francesas em algumas das noites que antecederam esta. Tão delicadas e pequenas... alvas, de sabor levemente azedo e adocicado. Tão versáteis e fáceis! Fúteis! Finjo-me divertir enquanto elas fingem me amar. No fundo, é tão justo quanto a liberdade: ambas são doces encargos de falsas idéias, ou idéias impossíveis. Mas, enquanto respirarem e carregarem o fugaz prazer do sexo farto, hão de sentir a paixão furtiva e o gesto de uma ilusão qualquer.

De todo modo, são essas ações que fazem do meu tempo ser menos que as badaladas da exausta Notre Dame.

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