Pequenas missões

Te olho bem no fundo dos teus olhos e tento passar algumas mensagens secretas. Daquelas que não posso verbalizar pois implicaria em me expor demais. Demostrar toda minha fragilidade trasvestida de inveja de todo o amor e ele não ser para mim.

É que como se construísse pontes eternas através das ondas entre o silencio e a imensidão que existe dos nossos olhos, quero te dizer que está tudo bem, mas sou chama inquieta, que me consome por dentro. Minhas ações são meros resultados deste universo de mim mesmo.

Vá! Deixe-me com minhas necessidades senhoris. Os ciúmes de ver você todo envaidecido com suas pequenas missões para si mesmo, já não me deixa ser mais uma pessoa decente. Sou o resta de um certo rapaz que tem a impossível missão de ordenar o caos de amar.

E, como em uma oração, rogo para que a solidão seja companheira solidária. Que me traga enfeites capazes de disfarçar toda minha incapacidade de ser bom. Por fim, fico com a sensação de que desafiar o impossível é trajeto certo para uma bela frustração.

Yoshiro Tachibana

Comentários

andré maia disse…
De que nos serve que a solidão possa ser uma companheira solidária? Será que ela nos vai permitir percorrer aquela distância - pequena ou enorme não importa tanto assim!... - que separa a noite do eventual sorriso que nos espera no outro lado dos relógios?

Bem sei que os passos podem pesar como o chumbo, mas, às vezes, é no acto de desafiar o impossível que nos reencontramos na perspectiva de um sorriso. A frustração só acontece quando nos deixamos reduzir até à dimensão do vazio.

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