5 parágrafos do 'Pro-nome' individualista

Me mata aos poucos o desencontro. O amor, como ensejo utópico, transfigurado ao gosto do contemporâneo é refugio para a reprodução infinda de nossos fantasmas. Não há espaço para o simples gesto de desvelo. Afinal, o que antes eram proliferações de cuidado hoje são gestos de facilidades levianas.

Me cabe a ação nada hercúlea  de  execrar cada momento de você inscrito sob minha pele. Não que isso seja algo difícil de fazer, afinal, na minha cama você não deitou. Os rastros desta história não são como as pistas de um bom romance policial, nem de literatura rápida para adolescentes. 

Me sonda, contudo, a inquietação que se soma a minha incrível capacidade de tornar perfeitos argumentos fílmicos em histórias inteiramente fadadas ao esquecimento. E neste instante pouco me importo se você me lê como um homem orgulhoso por saber lidar com as imprudências de um desnorteado cupido.

Me agrada o vislumbre de uma sala vazia. Por fim e Outra vez. Cujo breu já não mais afasta a minha necessidade de tatear as sutilezas de um cotidiano. Já não sou todas as noites fogos de artifício. Prefiro reservá-los para momentos que celebro as contradições dos sentimentos humanos.

Me resta a indiferença. Não que ela seja fruto de uma árvore mal cuidada, são vértices que pertencem apenas a ti e que não cabem a mim julgar... nem cuidar, nem chorar, nem nada. Pois foi assim que quis. Foge de mim qualquer necessidade de compreender algo que não me veste o meu cotidiano.

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