Túmulo de Cinzas
Às vezes eu ignoro as tuas imagens que povoam na minha mente. É o meu ato de desespero para tentar seguir em frente. Esquecer-te e não suportar mais em meus braços o abraço no vazio.
Correr não adianta. Sejam os atlânticos, os impasses ou os pesadelos morais: Tudo se tornou motivo de adeus. Onde havia cumplicidade hoje há tumulo de cinzas. E as lembranças impulsionam o desapego brotar, para a ausência se tornar tolerável.
Talvez o erro tenha sido meu: Prostituir os meus sentimentos em contêineres homeopáticos somente serviram para disfarçar os sintomas dessa espécie de sanidade que se chama amor.
Um amor que se derrama aos ventos, para dançar ao gosto do acaso e na fúria do tempo.
Transforma o que resta nas dunas do mundo e retratos elaborados se formam como palavras, pois é tudo o que tenho de ti. E assim, as lembranças, as imagens e minhas vontades, povoarem minha mente como fantasmas malcriados. Reafirmados estão os medos, mas reascende a esperança.
Pois errar é a meu dom. Completa o que me falta, resvala as arestas, ameniza as imperfeições e acumula todas as coleções de sorrisos possíveis para a nossa sociedade e governo. Pois cá, no intimo e nu gesto de rapaz, sobra o que nunca se materializou e para sempre aqui ficará.
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