O Diário de Teegoh - Semana 14

Ontem recebi uma carta de minha mãe. Foi a primeira vez que percebi o quanto ela me é querida. Não sei se um dia eu admitirei isso a ela, contudo, já me satisfaço com o fato de percebê-la como eu a percebo. Infelizmente isso não faz com que os meus dias se tornem melhores. Tento esquecer os horrores que tenho vivido, mas minhas noites são atormentadas por pesadelos que conseguem destorcer a realidade para algo ainda mais bizarro.

À medida que os dias se findam minhas esperanças parecem estar muito além de onde ainda se enxerga a luz do farol. Não vivo mais entre homens, são bestas fedidas e moribundas que me cercam e eu não tenho para onde fugir. Tento manter minha sanidade nas ironias deste mundo medíocre e nas escritas deste diário para quem sabe um dia eu volte aqui, ao ler essas palavras, mas como uma história que teve um bom final.

Minha mãe quer que eu vá para a Europa. Eu já estaria lá mesmo sendo o mundo todo contra, mas, de fato, não posso sair daqui, pois parte de mim ficaria. Preciso achá-lo! Apenas assim poderei talvez reconquistar um pouco de paz. Talvez eu parta esse fim de semana. Sair do quartel não é difícil, afinal, morei entre fazendas toda minha vida e lidar com animais perigosos, porém acéfalos, não é um desafio difícil para mim. Afinal, tenho notícias de um novo cativeiro de prisioneiros e dizem que lá estão os boêmios da primeira investida. Ele deve estar lá. Enfim, T.

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