O Diário de Teegoh - Semana 13

Os dias por cá delongam-se imensuravelmente! O treinamento de tão intenso que é faz com que a própria palavra “intenso” pareça não servir para demonstrar o quanto é a minha sensação de esgotamento. Minhas palavras são vagas por conta disso. Começo a não sentir os dedos dos meus pés. O inverno começa a castigar os vigilantes e, penso ao borrar essa folha neste quase breu de quarto de quartel, que eles - os estudantes - não têm chance alguma contra essa brutalidade que nos transformam aqui.

Meus dedos parecem mais com grandes caramujos, de tão inchados e tingidos de sujeira e óleo... Irreconhecíveis são meus dedos e minhas mãos, aqueles mesmos que conheciam a sagacidade do escape entre teclas do piano, e hoje, empunham armas nas trincheiras de suor, sangue e horror. De todo modo, não devo reclamar, pois daqui uso o meu anonimato para procurá-lo, mas por tantas vezes sinto-me tão exausto que não tenho forças para grandes empreitadas secretas.

Tive algumas supostas pistas, mas, infelizmente, findadas em decepções. Talvez mais sabe o jornalista petulante, que vive atazanando a vida dos generais, do que um mero peão como eu. Mas, se por um lado, não nos informam de nada à não ser quando é hora de ir para os frontes, tenho como vantagem a indiferença e a subestimação que fazem de mim. Enfim, Teegoh

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