Entre...

Talvez eu nunca encontre os teus defeitos debaixo da ponte.
Porque renasci enquanto caminhávamos juntos, nos sonhos.
Porque descobri o refúgio dessa insuportável sociedade-paz.

Mas, tudo bem! Um passo de cada vez... afinal, eu já cai.
Estou no chão mais uma vez e nada mais quero pensar.
Mas, tudo bem! Um passo de cada vez... devia assim ser.
Estou no chão e desta vez pode ser que eu fique por aqui.

Talvez eu não realize os meus desejos mais íntimos por aqui.
Porque parece que o meu tempo não é contato nos segundos.
Porque sou dono de um mundo que ninguém quer morar.

Nem eu...

Talvez eu tenha me enganado sobre a textura dos teus beijos.
Porque não encontrei lembranças ternas na minha cabeça.
Porque sentimento sem troca é saudade de quem se foi.

Mas, tudo bem! Não poderia existir o nós, por aqui.
Estou cansado de dançar esta música sozinho.
Mas, tudo bem! Não pode existir nada além do eu.
Estou cansado de segurar todos os lados do laço.

Talvez eu renasça outra vez e aprendo a andar de patins.
Porque já durmo entre as estrelas e as espadas afiadas.
Porque já criei minhas novas e delicadas ilusões.

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