Aos meninos que um dia conheci, nos bares e cantorias dessa estrada sem fim e àqueles que ainda hão de entrecruzar estes devaneios solitários, dedico essa minha centésima postagem. Aos meninos que já me viram chorar, que riram comigo e já comeram uma batata assada num entardecer qualquer, onde sem delongas dissemos o que antes não diríamos nem para nós mesmos, com tamanha facilidade que surpreenderia até os mais liberais. Àqueles que, as palavras não bastando para expressar tamanha euforia de se sentir vivo, coisas transcendentais transubstancializaram o mais tenebroso e mais belo de nós mesmos: os nossos sentimentos. Não bastando tentar conter a contida dor do ser, dispara e arrebenta o gozo dos anjos, os corpos únicos, nus, unidos para sempre num ciclo empírio... a vida aflora... as lágrimas enlouquecem o proibido e questionam o convencional. Aos meninos inexistentes, aqueles dias de conversas intermináveis na internet onde apenas não se falava do banal, pois até um simples “
Passo 01 - Rejeição Éramos empolgação. Sonhos alinhados, como nado sincronizado. Sentia-me parte do segredo seu gostoso. Mas hoje não podia. Hoje cada um ficaria no seu canto, para poder respirar a mentira... para poder desfilar os ensejos da máscara. Passo 02 - Depreciação Eu não era bom. Ele dizia isso, mesmo que não fosse indiretamente. Eu tentava construir um edifício, mas o terreno era arenoso demais, e eu não conseguiria nunca sozinho fazer o que devia ser feito por dois. Sussurros aos poucos tomavam conta de mim. Passo 03 - Discriminação Tinha certeza que eu não era bom em nada. Minha altura, meu peso, meu jeito de falar e vestir... Até minha bondade fora questionada e tirada de mim pois, nessa altura tinha vergonha de mim mesmo, de ser quem eu sou e de achar que meu gostar não era bom demais para você. Passo 04 - Humilhação Os sussurros dançavam ao vento, enquanto esperávamos as cortinas se abrirem para o derradeiro show. Eu tinha o silêncio, as implicaçõe
Pulsa a necessidade criada por um sentir fabricado. Violentas notas agridoces martelam o ritmo do que é certo (porém inventado). Sigo em frente. Sou o que construí ser. Sou o afastamento do doméstico e languido esperar. Sou o grito pungente que angustia o inaudível cotidiano. Violenta a expectativa de cruzar a linha. Quem inventou tal inalcançável lugar cujo vislumbre que posso ter é apenas o limiar de um espaço desforme. Miragem do espaço que deixo de lado pela graça do momento. A vaidade ou a inveja me transbordam de ontem. Me roubaram a infância. Adolescência não sei quem é... meus exageros são minhas desculpas para ser o que quero. Sou o que posso. Ingratidão ao desespero, que insiste em me (re)ensinar os prazeres do sentir. Respiro e organizo meu dia nas caixas que me assombram com a dignidade. Visto aquilo que de melhor imaginam de mim. Enfrento as horas com sorriso no rosto, pois estou acorrentado ao fardo de não traduzir o que se passa no meu coração. As portas do
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