Doce...

Como as palavras que a ti ofereço a cinco palmas. Cinco palmas de palavras doces e meigas, e pequenas. É diferente daquele que nasceu ontem, como as nuvens são para aquele que as observam.

Tão doce que se enjoa e enoja... soberano de ti . Ele possui sua alma, seu sonho e seu desejo. Possui-te e não dispensa o amargo da vida contígua, e não sofre mais ao vir à abelha rainha dar a vida pela colméia na fronte contra o ser humano acinzentado.

Tão doce e meigo que presta para servir de enfeite. Parece frágil...é frágil e delicado como cristal. Não me toque, me deixe e sinta a falta do nada que há de mim em ti.

Amanhã, nada de ti será doce, pois o doce e meigo de ti não há mais na sua essência. A criança se foi, ela se matou naquela tarde triste de outono, pois você decidiu deixá-la. Você é imprudente e culpado pela morte da criança, e não assume. Mas não deve assumir mesmo, amanhã você é grande, mais grande de tudo a ponto de dizer que mais grande deve ser maior e maior não existe. Você não é maior do que alguém, mas devia ser mais grande que o amargo e cinza crescer.

Descobri que cresci, que resolvo problemas de papai e mamãe. Mas sou doce, e sou maior... sou apenas doce mais grande, e meigo e delicado... ainda quebro fácil, então não me toque, suas mãos não devem me sentir. Não minta para mim, sei que sou enjoativo... choro, pois dói. Dói manter a alma na redoma de cristal. Não insista, não pode me tocar, minha alma não conhece a alvorada, ela não eclodiu e nem deve eclodir, pois é frágil demais.

Acabou, o amanhã não me pertence, vou partir assim como ele partiu e me deixou... não sou mais o que era à três palavras, percebe que não sou mais maior, sou mais grande e mais doce... você se enjoa de mim, me deixou, você se foi, adeus, acabou, adeus... adeus.

Mesmo que não agüente um segundo se quer sem você, e que o tempo se torne tempestade de navalhas meu coração deve ser gelo e não doce, mas ele é doce e frágil, e meigo e meu crescer não passa do tamanho de uma bruma.

Ele é alvo e alto, parece uma montanha... forte, impenetrável, conciso, e belo. Sou pequeno, sou a gota do orvalho do fim de inverno, sou sozinho e por mais que precise de você, sou sozinho, é minha sina ser sozinho. Desculpe-me, pois sou a incomplenitude do meu próprio ser. Choro, sou frágil e fraco, alguém me maltratou, me tacou uma pedra de seda.

Amanhã eu parto, vou te deixar, o doce e meigo do meu ser te deixara e nunca mais voltara, ele se vai fraquejar. O doce ser de mim mesmo é frágil e quebra fácil, não me toque pois pode quebrar meu coração de cristal e eu irei me apaixonar por você, assim não mais partirei... Não faça isso, sou incompleto e minha incomplenitude só vai lhe fazer encontrar com desventuras e agouros.

Acho que agora me vou, adeus caro amigo, caro ser de patas de leopardo, sou doce, sou meigo e frágil, sou eu, apenas um ser, um pedaço insignificante de ser.

Comentários

Anônimo disse…
LIndo... muito lindo isso...
Bj

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