Castelos e Estranhos
Meus castelos já não mais me pertencem. Meus medos, meus anseios e estupros estão na pele, são cicatrizes que não somem nunca mais. Meu coração dói, mas ainda concede sangue ao meu corpo, com cólera: ele vive, ele luta.
Meus castelos caíram, vejo o horizonte de possibilidades e os profundos abismos que há entre tudo, entre eu e você, entre o começo e o fim... o nascimento de uma pequena flor silvestre pode mudar a tua vida, um dia pode te mudar, uma hora qualquer dessas... um alguém.
Quem é você que ocupa minha face? Quem é você que consome meus versos sem ao menos agradecer. Você é aquela que se foi, aquela que feneceu numa tarde de carnaval, aquela que tive que suprimir para viver minha afeição, ou você é aquele que assombrou minhas aspirações adolescentes e fez-me descobrir a dor de sentir algo súbito e enigmático? Será que você existe, será que é um sonho ou um fantasma... Tenho medo de fantasmas e não quero mais padecer nesse concubinato desabitado.
Quero voltar para meu castelo, mas o meu castelo não mais me pertence, na verdade nunca me pertenceu... Quero desvendar o mundo, quero sorrir, quero gritar, mas de meu desfiladeiro somente desilusões brotam... temo... choro.
Meu castelo desfaleceu e há estranhos em minha face. Mesmo ali, perto de ti, onde enamorados lutam para se encontrarem ou aqui, longe de qualquer mundo sem meios ou fins, te rogo, que tu descubras e desfaleças na gruta do belo e que se apaguem tuas angustias. Enquanto eu... bom eu quero apenas descobrir o que quero, no momento.
Não há mais castelos ou muralhas ou cerca de corpos... apenas existo, desamparado e despido. Disseram-me que devia lutar por aquilo quero, mas o que quero, não posso mais querer, pois não mais existe, foi embora, me tiraram. Como querem que eu lute por algo que se foi eternamente?
Atrás desse universo de palavras, onde escondo até meu peixinho dourado, queria apenas te dizer que parece nada ser capaz de mudar meu mundo, todos estamos envenenados, não há pra onde fugir ou se esconder. Está chovendo, estou com frio, muito frio... Disseram-me que eu ia crescer quando enfrentasse o desmoronamento dos meus castelos, mas só estou me molhando.
Encontro nos meus sonhos, nos meus delírios de febre a utopia... quero dormir pra sempre só para viver nos meus castelos, mas se eu dormir pra sempre numa noite chuvosa de pesadelos?
Não tenho castelos, e estranhos já não são mais estranhos, me adaptei e eles cansaram de mim, depois de pouco tempo, acharam-me chato e foram para casa. Tenho pedras, mas não tenho em quem arremessar, nem mais a incompetência que habitava o castelo do porteiro não vive mais. Estou só, e tenho pedras e um palmo de palavras.
Construo um novo castelo ou preparo minha cova? E você, o que você faz com tuas pedras?
Meus castelos caíram, vejo o horizonte de possibilidades e os profundos abismos que há entre tudo, entre eu e você, entre o começo e o fim... o nascimento de uma pequena flor silvestre pode mudar a tua vida, um dia pode te mudar, uma hora qualquer dessas... um alguém.
Quem é você que ocupa minha face? Quem é você que consome meus versos sem ao menos agradecer. Você é aquela que se foi, aquela que feneceu numa tarde de carnaval, aquela que tive que suprimir para viver minha afeição, ou você é aquele que assombrou minhas aspirações adolescentes e fez-me descobrir a dor de sentir algo súbito e enigmático? Será que você existe, será que é um sonho ou um fantasma... Tenho medo de fantasmas e não quero mais padecer nesse concubinato desabitado.
Quero voltar para meu castelo, mas o meu castelo não mais me pertence, na verdade nunca me pertenceu... Quero desvendar o mundo, quero sorrir, quero gritar, mas de meu desfiladeiro somente desilusões brotam... temo... choro.
Meu castelo desfaleceu e há estranhos em minha face. Mesmo ali, perto de ti, onde enamorados lutam para se encontrarem ou aqui, longe de qualquer mundo sem meios ou fins, te rogo, que tu descubras e desfaleças na gruta do belo e que se apaguem tuas angustias. Enquanto eu... bom eu quero apenas descobrir o que quero, no momento.
Não há mais castelos ou muralhas ou cerca de corpos... apenas existo, desamparado e despido. Disseram-me que devia lutar por aquilo quero, mas o que quero, não posso mais querer, pois não mais existe, foi embora, me tiraram. Como querem que eu lute por algo que se foi eternamente?
Atrás desse universo de palavras, onde escondo até meu peixinho dourado, queria apenas te dizer que parece nada ser capaz de mudar meu mundo, todos estamos envenenados, não há pra onde fugir ou se esconder. Está chovendo, estou com frio, muito frio... Disseram-me que eu ia crescer quando enfrentasse o desmoronamento dos meus castelos, mas só estou me molhando.
Encontro nos meus sonhos, nos meus delírios de febre a utopia... quero dormir pra sempre só para viver nos meus castelos, mas se eu dormir pra sempre numa noite chuvosa de pesadelos?
Não tenho castelos, e estranhos já não são mais estranhos, me adaptei e eles cansaram de mim, depois de pouco tempo, acharam-me chato e foram para casa. Tenho pedras, mas não tenho em quem arremessar, nem mais a incompetência que habitava o castelo do porteiro não vive mais. Estou só, e tenho pedras e um palmo de palavras.
Construo um novo castelo ou preparo minha cova? E você, o que você faz com tuas pedras?
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