Aos meninos que um dia conheci, nos bares e cantorias dessa estrada sem fim e àqueles que ainda hão de entrecruzar estes devaneios solitários, dedico essa minha centésima postagem. Aos meninos que já me viram chorar, que riram comigo e já comeram uma batata assada num entardecer qualquer, onde sem delongas dissemos o que antes não diríamos nem para nós mesmos, com tamanha facilidade que surpreenderia até os mais liberais. Àqueles que, as palavras não bastando para expressar tamanha euforia de se sentir vivo, coisas transcendentais transubstancializaram o mais tenebroso e mais belo de nós mesmos: os nossos sentimentos. Não bastando tentar conter a contida dor do ser, dispara e arrebenta o gozo dos anjos, os corpos únicos, nus, unidos para sempre num ciclo empírio... a vida aflora... as lágrimas enlouquecem o proibido e questionam o convencional. Aos meninos inexistentes, aqueles dias de conversas intermináveis na internet onde apenas não se falava do banal, pois até um simples “
Oi. Já há algum tempo queria escrever algo para esse lugar que considero mágico. Confesso que nessas longas semanas meu tato para a escrita esteve bem aguçado. Exasperado demais diria eu, o suficiente para não achar apropriado colocar no meu refúgio tais palavras, as quais guardarei na eternidade até que a coragem (ou vontade) deixe-me dá-lhes vida. Dos meus sonhos, das minhas atitudes e meus medos, quase tudo queria dividir com as pessoas, mas não me sinto bom para isso, ao contrário, acho que tudo que digo são apenas fugas, coisas que queria dizer para mim mesmo e não tenho coragem, coisas que queria assumir e não posso. Caros amigos, nobres desconhecidos de si mesmos assim como eu, das minhas palavras retiro apenas os erros de português (que tanto lutam em mostrar-me tamanha pequenez é a minha pessoa), o restante é para que os descontinuados não percam a criança. Até logo, ou não. Juan _____________________________ Parece que em tudo aquele que acreditava, hoje não acredito mais. Ta
Ele lavava as mãos calmamente. Entre seus dedos, meu sangue insistia em ficar grudado, denso na sua inútil composição, até escorrer ralo abaixo no ritmo do quase nenhum esforço, formando vértices do esquecimento. Para ele, o som da minha respiração quase inaudível era suficiente para ativar a mais pura ira de sua perversão. O salão que ele me deixava era frio, escuro, úmido e, naquele momento, ouvir o som das moscas que pousavam nas minhas feridas para se alimentar e botar seus ovos era o único sinal que eu ainda estava vivo. Quando as mãos já estavam lavadas de qualquer sinal de pudor ou arrependimento, seu ritual passava a ser o de enxugar a face do suor fétido que o lembrava das imperfeições. Não com o mesmo zelo de antes, se apressara para buscar o próximo açoite e em mim proferir uma devassidão de silêncios e agressões. O prazer dele se mesclava entre o gozo da dominação e a sede infinita de grandeza. Minha mordaça era ilusão, e meus braços e pernas estavam presas pe
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