Sobre o tempo e escolhas

Quantas palavras, em vão, foram gastas ao ermo do cotidiano. Penso que já me habituei com minha inteligência fabricada pelos esforços contra a mediocridade, mas nunca me deixarei levar pela ausência de esperança tampouco me enebriei com qualquer coisa que não valesse um esforço meu. Mesmo nos meus pioreis equívocos  que não foram poucos. A razão de tudo isso é justamente a ausência de razão. Se chegar o dia em que me sentir que não vale a pena querer ser sonho, eu saberei que de nada mais serei útil. 

Porém, cansa-me a alma falar sobre o tempo. Pois ele, com suas volúpias engessadas em mentiras que todos contam, torna-se um mar calmo para aqueles que querem ser uma fantasia real. Isso é possível para mim. E penso que vou morrer a tentar: viver de outro meio simplesmente não cabe.

E se é ditado que o tempo é capaz de afastar as pessoas, porque eu o vejo como a mesma ação do vento em uma caravela? O homem já viveu tempo o suficiente e é capaz de escapar, mesmo que apenas um alguns poucos momentos, de sua pequenez. O vento já pode ser usado a nosso favor! E nos aproximamos de nossa ilha, mesmo quando parece que o vento é contrário à direção que tomamos. Na verdade, eu revelo aqui a minha ingenuidade, pois o tempo sempre é usado como queremos!

Deixe estar! O tempo ou o vento podem ser os absurdos do realismo quando os usam para afasta aquilo que julgamos ser bom. Mas, em uma ressaca ou outra, seja do mar ou de nós mesmos, há de haver um vislumbre que contemple a necessidade de um ser sonhador, ou de um ser contrário... Não que o tempo ou o vento se importem, mas porque assim pode ser simplesmente. Por fim e como sempre, fica apenas o gosto de ser quem sou. De ser só.

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