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Mostrando postagens de março, 2008

Fim do Verão

Você me fala sobre o tempo... o silêncio e sobre as palavras que nunca serão ditas... Afinal o que devo fazer eu? A distância separa, dilacera e restringe o meu ser, mas nunca que ousaria nem se quer tentar fechar os olhos do meu espírito para as coisas que sinto. O que sinto é forte, terrivelmente alento aos mínimos segundos que se passam no escuro desse vácuo. Sinto sim! Sinto e muito pelas gotas plácidas destes amanheceres... Mas talvez seja isso: tenha eu que aprender que o que me resta é apenas esperar e olhar para céu, contar às estrelas minhas aflições íntimas e gozar o pranto da melancolia, pois a ansiedade as vezes consome minha ponderação e eu aos prantos me deixo guiar por ruelas escuras... Sinto sim, vejo logo ali uma encruzilhada neste meu caminho. Ontem tentei amenizar ao retirar algumas pedras e tristezas, mas nem sempre pareciam ser tão pesadas como dessa última vez... Confio por isso aposto e tenho a esperança que tudo chegue onde deve se chegar ou, ao

Cem

Aos meninos que um dia conheci, nos bares e cantorias dessa estrada sem fim e àqueles que ainda hão de entrecruzar estes devaneios solitários, dedico essa minha centésima postagem. Aos meninos que já me viram chorar, que riram comigo e já comeram uma batata assada num entardecer qualquer, onde sem delongas dissemos o que antes não diríamos nem para nós mesmos, com tamanha facilidade que surpreenderia até os mais liberais. Àqueles que, as palavras não bastando para expressar tamanha euforia de se sentir vivo, coisas transcendentais transubstancializaram o mais tenebroso e mais belo de nós mesmos: os nossos sentimentos. Não bastando tentar conter a contida dor do ser, dispara e arrebenta o gozo dos anjos, os corpos únicos, nus, unidos para sempre num ciclo empírio... a vida aflora... as lágrimas enlouquecem o proibido e questionam o convencional. Aos meninos inexistentes, aqueles dias de conversas intermináveis na internet onde apenas não se falava do banal, pois até um simples “

Sapatos Novos

Enquanto o mundo (o meu mundo ou o mundo de cada um: o mundo de todos) gira e se transforma em cada segundo nós podemos nos perder ou então nos esconder de nós mesmos o tempo todo, ou nunca mais, ou em alguns momentos, pois a resistência não deve só se constituir de momentos fixos, retos, concretos; acredito na incoerência, afinal, somos humanos e nem sempre o certo é claro e translúcido, depende do ponto de vista, mas nem todos os pontos de vistas tem que ser relativos, e nem tudo tem que ser relativo. São tantas as perguntas que fazemos a nós mesmos, o tempo todo. São tantos julgamentos, preconceitos, besteiras a se jogar em toneladas pelo mundo... babozeiras, enquanto nos preocupamos... nos desgastamos... nos desgostamos... Meu caro (digo a mim mesmo ao encarar-me no espelho) que merda é essa que estamos fazendo com nossas vidas? Somos tão inconseqüentes que beiramos à estupidez de um dia ter pensado que o sol brilha igual para todos, que as estradas tinham que ser sempre tapetes pe