Nove, Obrigado!

Alguns dias atrás, meu mundo era mais ou menos assim:

Um dia, ou melhor, uma frase, míseras palavras, foi ponderada e elas bateram na porta do meu mundo. Um pequeno batalhão de realidade que me tirou a ilusória paz, a paz construída do meu lindo mundo. Fez-me perguntar: o que é paz?
Se eu morrer sabendo o que foi algum momento de paz fora do meu mundo, acho que serei por alguns instantes feliz. São tantas coisas, tantas mentiras para poder agradar a todos e para fugir de algo inevitável que acabei me perdendo, estou no labirinto do mundo das taças de papel velho, sozinho, nas escuras, à procura de algo que agora sei o que é, porém não sei como conquistá-lo.
Sim, vejo na luz daquela manhã cinzenta que o problema sou eu, como sempre foi, assim continua sendo, parece-me bem como meu destino. Para que adianta ser um poço de cortesia e dedicação se não sei delinear o sentimento que almejo? Preciso ver a luz da sinceridade outra vez, preciso confiar e ser confiado. Somente assim satisfarei minha vontade de mandar para longe essa comparte que tem como capricho, lavar meus pés todas as manhãs: a solidão.
Solidão, dama de longo vestido negro e fascinante sorriso, que soube me dominar desde os tempos almejo em esquecer, porque me persegue? Quem foi que me amaldiçoou dessa forma tão cruel, quantas barcas de lágrimas vou precisar encher para poder descobrir um verdadeiro sentimento, quando vou aprender a amar?
Amar você, meu amigo que hoje me preza. Sinto, pois não sei retribuir, tenho medo de me envolver e depois sofrer. Sofro, sofro por ter medo de sofrer e acho que falho... Sinto muito por isso, quero mudar! Quero ir para bem longe de mim mesmo, quero me prender no sono profundo, nas profundezas dos meus sonhos, na terra do nunca ou no país das maravilhas... Não sei, quero um abraço, mas não sei abraçar... choro, sozinho, é noite, tarde da noite.
Será que preciso de um espelho? Sim, pois de mim não vejo nada, será que me veria? Será que mereço ter o que quero... Será que sou digno de tal sentimento tão puro, mas puro que a água que desce das montanhas do norte? Será?
Ah tempo foi bom àquele que eu tinha alguém com quem dividia versos de afeição, mesmo quando, mesmo na inocência do primeiro amor verdadeiro, elas tinham outras intenções escondidas no medo de viver. Mas eu tinha com quem dividir minhas brigas com meu pai, meus medos de namorar, minhas dúvidas da vida. Mesmo que nenhuma resposta viesse, mesmo que as dúvidas continuem grandes ainda hoje, isso não importava. Tinha alguém para dividir meus pesadelos e rir dos tropeços da vida.
Não quero voltar ao passado, queria apenas ter saído dele mais forte. Mas não foi assim que aconteceu.
Acho que foi tudo tão intenso, tão verdadeiro, tão nobre e puro, mas carrego apenas daquele tempo lembranças duras e frias, que sangram meu coração desfalecido pelos espinhos daquelas horas até hoje. Tenho medo de te chamar de amigo. Vejo bem, sim é isso! Tenho medo de te considerar o que já te considero, e mais feridas no meu coração se tornarem incuráveis. Acho que fujo daqueles que admiro... sofro.
Que devaneio será este? Será que nem capaz de ser um bom amigo eu sou? Será que me esconder atrás de papéis velhos e compromissos vis é meu escape?Mesmo sendo um amigo um dos meus sonhos mais profundos e realizadores? Quais sinais hei de ter para acordar e assim perceber que aquilo que sempre quis está ali, bem à minha fronte. Por favor, se eu tropeçar e te machucar, se eu for rude e não te trazer sorrisos, ajude-me, pois estou aos tropeços, minhas pernas já não são minhas.
Sei que do passado o que queria levar era apenas o branco dos desmemoriados, queria descontinuar as lembranças, mesmo com o preço de não mais me recordar dos momentos bons. Queria ser pra ti aquilo que é para mim. Vou lutar, até que haja uma gota de esperança em mim, para assim eu ser. Sinto que há ainda dentro desse mar de tristeza que eu sou, algo de esperançoso, algo que teima em viver e nadar contra a tormenta desse mar. Sou grato a ti por ainda ter esperança.
Sou um descontinuado, esse é meu destino. Escrito está, em um sonho profundo hei de guardar meu corpo, minha alma, no palácio dos mortos, como se o sonho não se realizasse e murchasse na sina do universo, no escuro dos desprazeres e na solidão da lagrima que de tão sozinha é única, é fria...

Alguns dias depois, um sinal, acho que vejo uma luz maior do que ontem:

(Esses próximos parágrafos são raros, por isso curtos e sem muita explicação, é apenas uma luz).

Ao escrever essa mensagem, queria mesmo, acho eu, era pedir ajuda, pois percebi que estava fazendo tudo errado e ia precisar muito da ajuda (dos meus raros amigos) para não me perder dentro dos meus medos.
Um sinal, numa dessas curvas de meio da semana do destino, me deparo com um arsenal de confiança que nunca esperava receber.
Resultado: acho que aprendi alguma coisa com esse devaneio de isolamento, acho que vejo a porta para sair do pesadelo dessa minha prisão. Sou grato a vocês.

Comentários

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