Reflexos
O que vejo engulo. Toda sua baça forma, incorpórea cor. O tempo reflete gordura e carne na exatidão do caos E a leviana fé entende o erro e pressupõe que não houve. Jogo mais com cautela, os preâmbulos das virtudes vis Pois fui dono dos pecados prejulgados de outrora Estendo a finitude de um lago, cujos contornos vemos Somente para você se experimentar se ver em mim. As águas são cálidas, como o suspiro final do moribundo E seu cheiro, um último e acre vislumbre da contrição. Em mim morava um jovem que se afogou na culpa E a escuridão dos sonhos fez apenas dias cinzentos. Emergindo a velha companheira de toque impossível Que veste a solidão em cada nó dos seus cachecóis. Jurei cuidar da tua virgindade os assuntos do mundo Para preservar a ingenuidade do pessimismo de seu eu. Garanti o reflexo perfeito de um fragmento do adeus Que teima em segurar os véus de um cadáver iludido E então dizer que há luz onde só vejo escuridão. Philip Gladstone