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Mostrando postagens de maio, 2014

Dos Monstros Que Somos e Criamos

Ele escondia o rosto. E nas fotografias tornou-se o mistério que almejou. Ele conhecia cada feitio de si mesmo e dominava até o que menos gostava do próprio corpo. Para alguns, ele era àquele que se perdia, pois, em comparação aos irmãos, seu futuro não era traçado na forma que haviam moldado para ele. Não era assim que eu o via. Ele escondia o rosto. Mas mostrava o corpo sem o menor pudor. Dava ao seu leitor particular o gosto de um prólogo e, talvez graças à áurea ingênua que ele exauria , manejava sutilmente os desejos de quem o quisesse ler, de modo a oferecer-lhe apenas o necessário para brotar a necessidade de ler cada linha daquela criatura. Até o fim. Ele escondia o rosto. Já não do mesmo modo as suas partes mais intimas. Estas apareciam num furor típico da idade, enquanto os pelos pubianos e aquelas que escapavam para todas as outras direções, vastos, não demonstravam precaução em demonstrar o desejo momentâneo que por ali objetivavam estar. Já não se trata de um garo

Postura

Vou abrir uma garrafa de vinho e você vai me amar. Não se importará e nem vai querer descobrir se os sentidos que lhe causam o descontentamento pois o sabor do vinho no teu paladar envaidece os sentidos e lhe veste bem a necessidade de se embrenhar na simples necessidade do gozo vertiginoso. Minhas pernas não bastarão para te segurar junto a mim. Soube disso desde o primeiro encontro. Mas deixei conduzir-me pelo eterno segundo em que suas lágrimas e pragas rogadas para ele foram profanadas, e no meu ombro que elas caíram. Não me importo em ser o passageiro gesto do teu desespero. Este casual encontro foi desenhado para afogar os fantasmas ainda vivos de uma história que já acabou mesmo sem você querer. E sofrer. Mesmo que meu amor valha menos que o broto de uma erva daninha é o teu cheiro e teu sexo que perfuma meu quarto e meus pensamentos no agora. E vislumbro uma rara felicidade implícita, incrustada na minha pele, quando lhe sou o outro. O teu corpo veste o meu de dese

O Guardião do Esquecimento

Minhas histórias não são perfeitas. Aproximo-me dos sonhos não pelo gozo da fuga, mas como ato de reconhecer no âmago de mim a saudade de tudo que construí, mesmo que como um castelo de cartas de baralho. Despedia-me de um amigo nesse dia, me despedia também de uma necessidade. Sou metade de vontade e metade de erro, e somente te encontrei quando no seu beijo fiz pousada. Para mim, foi imortal. Você, na velocidade eufórica de todas as drogas e hormônios ditou um ritmo novo. Que evitou e destruiu qualquer possibilidade de reflexo, mesmo o de um espelho. Nos dias seguintes, foi esquecido por ti. E só me cabe ter a criada certeza que assim o fez para lacrar algo que deveria ser sacro, mesmo que você não o considera do mesmo modo os meus sentimentos.  De todo modo, pouco importa! Esqueça ou esconda nossos beijos no sabor amargo do doce, do absinto e das musicas que já não mais lembro. Torno-me o guardião de uma história de nunca aconteceu, mas vou zelar os gestos de te beijar, p