Devaneio de Eros
Já se aproximavam das profundezas, as horas daquela madrugada. As palavras pareciam discorrer o tempo como se não houvesse limite algum entre o ser e os corpos. Os sentimentos caminhavam sozinhos, deleitavam-se sem reserva alguma nos caminhos das vistorias.... Ah! Que inebriante são esses meus dias, mal consigo manter-me em mim mesmo! Vontade de correr e de gritar: vontade de amar! Entorpecido de cheiros, de suor... Mal consigo escrever, sinto-me desesperado neste instante. Vou, talvez, estuporar-te ao dizer que por detrás das minhas vendas eu vejo mais do que eu queria ver... Meus sonhos são pesadelos herméticos, não percorro por sentido algum nem nos meus conceitos mais bem firmados. Apenas percorro o cheiro do teu universo, como um anjo apaixonado. Sinto apenas um dilacerante e rubro desejo de derramar todas as perplexidades deste mundo em um só dia. Tenho vontade de contradizer-me apenas para deixar-te louco, aguilhoado ao perceber que entre mim e tu só não barreiras...