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Mostrando postagens de julho, 2010

Ao acordar

Para ver o sol neste dia nublado assumo as cortinas que embrenham o meu amanhecer. Mas já não é mais curto e longínquo o tintilar dos sinos. Chamam-me neste momento. As respostas, porém, continuam engavetadas e perdidas nas brumas do futuro. Restam-me as incertezas. De todo modo, fácil é olhar as cantigas de ontem e pensar que foram providenciais. Elas, em seu tenro e doce sabor, conclamam vitórias e derrotas. Sempre tão distantes... Distantes e irreais. Passado feito de penúria e retratos rasgados. Não me importam aqui. Restam-me as incertezas. O sol dedilha as volúpias dos bordados de desculpas e evidencia o meu corpo desnudo. Neste momento não há como escapar de mim mesmo frente ao espelho. Eu vejo-me! Todas as cores, entre os meus defeitos e os bons feitos, estão a me encarar calmamente. Restam-me as incertezas. Levanto-me! Pois já não há mais como remediar as malvadas peripécias da luz do sol. Os segundos seguintes vestem meu corpo com as armas imaginárias. Estou quase pronto. Bus

O Hino de Seleky

Visto-me com o teu corpo para sentir-me teu Entre suas curvas e palavras, tornam-se os gestos que nunca antes pude vivenciar. Quem és tu? Visto-me com a tua vergonha e meus valores destorcidos de uma vida amarga que inventei. Minhas portas são as fáceis de abrir. Quem és tu? Visto-me com a cruz e palavra. Calúnia! Trago a ti discórdias, dúvidas e mentiras. Trago-lhe a certeza. Quem és tu? Quem és tu, figura translucida, que tateia os mares da minha vil vida? Seria aquele que em palavras fez existir uma amizade rasteira, cujo mérito teria sido um simples jogo de cartas? Seria, talvez, um pouco de cada um. Das tuas histórias... Dos teus alter egos sórdidos, enraizados na imaginação doente de uma alma já morta? Ser ausente de si. Triste... Amargurado... Eu senti o sabor das tuas lágrimas quando zombou da ingenuidade de um amigo. Mas sei que elas foram bem menos ácidas do que aquelas que provou quando teve que aceitar o óbvio. Eu sei quem és tu. Mas, isso não importa, afinal, a pergunta